FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XV

 

Questão 721 comentada

CAPÍTULO 07

0721/LE

MORTIFICAÇÕES

 

Os povos que praticavam mortificações variadas, num passado que cada vez mais se distancia, já estão convencidos de que pouco lhes valeram essas torturas nos seus caminhos, já que foram motivadas pela ignorância. Nos dias que correm, tal prática já perdeu seu valor, porque Jesus nos chama na intimidade para outro tipo de trabalho, que deve começar dentro de nós mesmos.

O corpo físico nos foi dado por amor. Engenheiros siderais trabalharam, sob a supervisão do Cristo de Deus, muito tempo, para entregar ao Espírito esse complexo de carne, como sendo a maior das maravilhas do mundo. Como iremos, vestidos com ele, estragá-lo com privações que estão fora da lei de conservação? Jesus veio silenciar essas extravagâncias e colocar o homem na dimensão da sabedoria espiritual.

Graças ao Espiritismo com Jesus, a humanidade já se encontra mais preparada para as mudanças de costumes, procurando conservar os corpos como vestes da alma, para viver mais e dessa forma ganhar mais mérito, ganhando a vida, no trabalho de ajudar aos outros a viver melhor. As mortificações não dão exemplo de nada, pelo menos nos tempos atuais. Vejamos os faquires: eles estão desaparecendo e no amanhã a lei deverá proibir essas mortificações pessoais, que de nada servem para melhorar a humanidade. Ao invés de ficarem enjaulados dois ou três meses em urnas, em um jejum que em nada de positivo resulta, trabalhem por três meses para melhorar uma família cujas privações a levam a situação de grande desespero. Que seja prova dos familiares, mas o gesto de caridade é a misericórdia de Deus, é o amor em pleno exercício de luz.

Não devemos querer testificar, nem arranjar desculpas de que as privações voluntárias são para a iluminação da alma. Imaginemos se todas as criaturas fossem seguir o exemplo d.e se mortificarem, o que seria deste planeta?

Anotou João, no capítulo cinco, versículo trinta e um:

Se eu testifico a respeito de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro.

Não precisamos mostrar o que somos; a nossa própria vida de acordo com as leis de Deus é que testemunham e registram, em tudo o que tocamos, os nossos atos. Mostrar ao povo que estamos iluminados por simples jejum, ou nos enclausurarmos, isolando-nos da sociedade, nos dias de hoje é atestado de ignorância. Se queremos organizar o bem, devemos entender Jesus e seguir Seus passos. As privações que devemos fazer é com relação às paixões inferiores, é privar-nos dos excessos da comida, da bebida, do lazer desequilibrado, do excesso de palavras sem fundamento. A penitência de carregar pedras de um lugar para outro só é meritória, quando nesse lugar há alguém necessitando levantar um teto para alguém morar.

O que Jesus espera de nós, encarnados e desencarnados, é que trabalhemos com equilíbrio e que estejamos sempre ativos no que diz respeito ao trabalho interno, vigiando nossos pensamentos, Palavras e obras. A alma deve ser consciente de que não podemos iluminar sozinhos; precisamos de todos, como todos precisam nós. A cada um é reservado um trabalho em favor do conjunto, e Deus opera por todos.

O maior mérito do Espírito é entender o seu dever ante a sociedade, e aquele que amar mais na dimensão do Cristo é o que leva a cota mais meritória. O coração responde, como o escrito em um livro de luz que todos podem ler. O homem de bem é uma caridade volante nos caminhos da esperança, é uma fonte inesgotável, onde todos os sedentos podem se fartar da água da vida.

 

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