FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 714 comentada

CAPÍTULO 51

0714/LE

REQUINTE DOS GOZOS

 

O homem que procura nos excessos de todos os tipos o requinte para uma ilusória satisfação pessoal, está morrendo física e moralmente, devido a sua falta de sensibilidade no campo dos sentimentos. O trabalho das religiões visa mais ao campo moral, para conduzir as almas a um modo de pensar diferente, mostrando os limites que elas devem respeitar.

Em se falando do sexo, ele pode ser praticado, mas dentro daquela disciplina que a responsabilidade traçou com critério. O bom senso é o indicador comum que orienta a todos para o bem da comunidade humana. É como diz a resposta de "O Livro dos Espíritos" à pergunta formulada por Allan Kardec, sobre esse assunto:

- "Pobre criatura! Mais digna é de lástima que de inveja, pois bem perto está da morte".

E ainda o codificador reforça a pergunta:

- "Perto da morte física, ou da morte moral?" O mensageiro do céu responde:

- "De ambas."

Quando nós encontramos irmãos iludidos com as paixões inferiores, esses companheiros são verdadeiramente dignos de lástima, e não de inveja. O espírita deve procurar as coisas eternas, aquelas assentadas dentro das leis imutáveis, e para tanto a base é o amor verdadeiro, aquele que não exige e não troca, que não induz ao mal e que não alimenta a intriga.

Os gozos materiais já fornecem perigo para a alma, e muito mais, os seus requintes, dos quais o mundo de hoje se apresenta repleto. Entretanto, Jesus não Se esqueceu de nos orientar sobre esses deslizes da alma, deixando para todos nós o guardião divino que se chama Evangelho, força essa capaz de modificar todos os sentimentos dos homens.

O homem que procura os excessos aproxima-se mais rápido da morte, e das piores, que o leva ao esquecimento dos preceitos do Mestre. Mas o Consolador veio à Terra para cumprir uma promessa do Divino Amigo e livrar a humanidade dessas mortes. Ele aparece com uma personalidade doutrinária, enriquecendo a literatura espiritualista de que o mundo já era portador, fazendo com que as criaturas pudessem desfrutar das belezas imortais do céu, e não somente uns poucos escolhidos nos templos de iniciações.

Jesus foi o Anjo Divino que abriu todas as portas das casas secretas, e ensinou a todos de boa vontade, nas praças e nas ruas, dando de graça o que de graça recebeu do Pai.

Os homens que não compreendem o valor do Evangelho, regridem nas suas sensações, abaixo do bruto; no entanto, aquela satisfação é passageira, e ele acaba por despertar no seu íntimo aquela confiança e esperança nas belezas duradouras. O amor começa na afinidade até dos elementos, mas não fica somente nisto; ele avança e nunca regride. Se já saímos do reino animal, quando a razão nos marcou um grau a mais, não devemos lembrar, pelas ações, esse estágio que ficou para trás.

A Doutrina dos Espíritos é verdadeiramente a continuação do Cristianismo primitivo em seu esplendor. Por que não aproveitarmos essas oportunidades valiosas, esses tesouros da Divindade? São chuvas que descem do céu, por misericórdia, como bênçãos de Deus para a humanidade, pelos canais de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Estamos sendo despertados para a vida, e é bom que vivamos juntamente com o Divino Mestre. Procuremos o tesouro real.

Porque onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. (Lucas, 12:34)

Não é preciso mais comentário, porque onde colocarmos nossos sentimentos, o coração brilhará, na sintonia em que vibra o que pensamos.

 

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