FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 711 comentada

CAPÍTULO 48

0711/LE

BENS DA TERRA

 

Os bens da Terra são para os homens suprirem as suas necessidades. Deus, sendo todo Amor, não iria deixar Seus filhos sem os meios de se alimentarem, vestirem, ampliando cada vez mais seu conforto para maiores realizações. No entanto, deu às criaturas senso de responsabilidade, para discernirem até onde usar os bens terrenos.

Verdadeiramente, Deus doa com abundância, contudo, o desperdício não é da lei. Convém a todas as criaturas ter parcimônia no uso das coisas que o Senhor faz multiplicar na face da Terra. Todos os abusos são corrigidos pela própria natureza. Eis como Jesus procedeu com o leproso que foi curado, conforme anotado por Marcos, no capítulo um, versículo quarenta e três:

Fazendo-lhe então uma veemente advertência, logo o despediu.

Aquele hanseniano tinha, provavelmente, abusado dos poderes que possuía e a lepra veio como cobrança na sua própria pele, tanto que Jesus, como registrou Marcos, curou-o por misericórdia e fez grande advertência, para que ele respeitasse os bens que recebeu das mãos de Deus.

Os bens da Terra são inúmeros por todos os quadrantes do mundo, como segurança para a humanidade, não para desperdício nas mãos dos ignorantes. Os dirigentes das nações são tutores dos bens terrenos, e não devem abusar desses valores, nem permitir que alguém o faça. A quem não ouvir, o acerto de contas chegará a sua porta, e o Credor Divino não pede explicações; Ele sabe e conhece o devedor.

Certamente que o uso dos bens da Terra é direito de todos os homens e animais. Esses últimos não abusam, por serem movidos pelos instintos, mas os homens, que já receberam a razão e têm mais liberdade de pensar e agir, esquecem do respeito aos bens da natureza, alimentando vícios e aumentando hábitos inconvenientes.

Convém que todos os despertados para a luz ajudem quem se encontra nas trevas. Sabendo Deus que a ignorância é transitória em Seus filhos, espera que esses abram os olhos para a luz, pela força do tempo e o ambiente do espaço.

Se a vida nos premiou com alguns bens materiais, não ajuntemos nos celeiros sem proveito, nem pela força do egoísmo; procuremos fazer circular os nossos bens, porque tudo de Deus é vida e o Senhor nos entrega esses tesouros nas nossas mãos para nos ensinar a colocá-los em lugares certos.

Os bens da Terra são os mesmos bens do céu; a diferença são os lugares que eles ocupam. Não podemos desprezar os bens materiais, pois eles são luzes de Deus na dimensão física. O ouro não pensa, não fala e nem tem vontade própria; ele é movido pela inteligência do Espírito.

Quando nos aprofundamos nos conhecimentos da vida, encontramos o princípio único dotando tudo do mesmo valor, como encontramos Deus em tudo o que se expressa. De onde saiu o Espírito, a matéria é sua irmã; por que desprezá-la? Basta respeitá-la no organograma da sua função. Deus sabe o que faz com todas as coisas e nada existe inútil na criação. O que saiu das mãos perfeitas não pode levar o traço da imperfeição.

O verdadeiro sábio ama a Deus em todas as coisas que expressam a Sua existência.

 

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