FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 707 comentada

CAPÍTULO 44

0707/LE

A ABUNDÂNCIA

 

A abundância sempre nos cerca por todos os lados e em toda parte, no entanto, necessário se faz que procuremos o de que precisamos nos lugares certos. Cabe a nós entregarmo-nos ao trabalho honesto para cumprir o que Jesus disse para todos os homens: "Buscai e achareis". A abundância existe, mas é preciso que seja buscada, e depois, nos nossos domínios, saber usá-la na medida das nossas necessidades. O egoísmo dos homens resulta em entrave para toda a Terra. As grandes nações, por incrível que pareça, acumulam alimentos, vestes e instrumentos de guerra, enquanto morrem de fome milhares de seus irmãos em toda parte do mundo. A belicosidade assanha os povos, e quando a guerra não vem pela ordem natural das coisas, os dirigentes das nações a provocam para que o comércio se ative e as nações menores se amedrontem.

A miséria que se espalha no mundo é falta exclusivamente do Evangelho no coração das criaturas. São muitos os estudiosos do Evangelho, os teóricos, mas poucos os que vivem os seus ensinamentos, buscando exemplificar as verdades eternas.

Tudo existe com abundância, visando manter o equilíbrio de todos os povos. O que falta, é por invigilância dos próprios homens. Deus deu às criaturas todos os meios de encontrarem a sua própria felicidade, convertendo-a em conquista, mas os homens ainda não entenderam essas bênçãos. Contudo, o Senhor não se desespera com a indolência dos Seus filhos; Ele espera e espera mais quanto tempo for necessário, a fim de que as almas acordem ante a luz da libertação espiritual.

A Doutrina Espírita surgiu na Terra para ensinar aos homens o bem-viver; ela mostra todas as diretrizes do amor, mas a humanidade as recusa, por lhe faltar a maturidade que corresponde à assimilação das luzes para o coração.

Existem dois tipos de alimentos no mundo: o material e o espiritual. A princípio, somente é conhecido o material, e todos o buscam, no entanto, o Espírito preparado interessa-se mais pelo alimento espiritual, pois servindo-se dele, nunca mais terá fome ou sede.

Vamos escutar a João, que serve de instrumento de Jesus, no capítulo quatro, versículos treze e catorze:

Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água, tornará a ter sede. (João, 4:13)

Referia-se o Mestre à água que a samaritana bebia do poço da terra; e adiante acrescenta Jesus:

Aquele porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede. (João, 4:14)

A água de Jesus é a água da vida, é o alimento eterno e, ainda mais, quem a tomar, n'Ele encontrará uma fonte que jamais secará.

Em todos os lugares em que estejamos, aí se encontra a abundância, não obstante, é preciso que a busquemos com honestidade e amor. Deus não iria criar Seus filhos para deixá-los passar necessidades. A fonte de nutrição em todos os planos de vida é muito maior do que se pensa ser. Infelizmente, até mesmo muitos espíritas bem encaminhados para a verdade ignoram, ou se fazem ignorar, muitas fontes que o progresso lhes encaminha, de modo a lhes mostrar a grande esperança.

A felicidade não pode ser doada; a parte que toca à alma deve ser conquistada pelo esforço próprio, como sendo o salário do trabalhador.

Está chegando o momento dos canhões recuarem e serem transformados em instrumentos de lavoura, não mais servindo à violência, em matanças que o amor não aprova. Quando falamos em canhões, nos referimos a todas as armas de morticínio. Quando falamos em orar e vigiar, é pedir a Deus com sinceridade a paz, mas vigiar no trabalho incessante no bem comum.

 

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