0707/LE
A ABUNDÂNCIA
A abundância sempre nos cerca por todos os lados e em toda parte, no
entanto, necessário se faz que procuremos o de que precisamos nos lugares
certos. Cabe a nós entregarmo-nos ao trabalho honesto para cumprir o que
Jesus disse para todos os homens: "Buscai e achareis". A abundância
existe, mas é preciso que seja buscada, e depois, nos nossos domínios,
saber usá-la na medida das nossas necessidades. O egoísmo dos homens
resulta em entrave para toda a Terra. As grandes nações, por incrível que
pareça, acumulam alimentos, vestes e instrumentos de guerra, enquanto
morrem de fome milhares de seus irmãos em toda parte do mundo. A
belicosidade assanha os povos, e quando a guerra não vem pela ordem
natural das coisas, os dirigentes das nações a provocam para que o
comércio se ative e as nações menores se amedrontem.
A miséria que se espalha no mundo é falta exclusivamente do Evangelho no
coração das criaturas. São muitos os estudiosos do Evangelho, os teóricos,
mas poucos os que vivem os seus ensinamentos, buscando exemplificar as
verdades eternas.
Tudo existe com abundância, visando manter o equilíbrio de todos os povos.
O que falta, é por invigilância dos próprios homens. Deus deu às criaturas
todos os meios de encontrarem a sua própria felicidade, convertendo-a em
conquista, mas os homens ainda não entenderam essas bênçãos. Contudo, o
Senhor não se desespera com a indolência dos Seus filhos; Ele espera e
espera mais quanto tempo for necessário, a fim de que as almas acordem
ante a luz da libertação espiritual.
A Doutrina Espírita surgiu na Terra para ensinar aos homens o bem-viver;
ela mostra todas as diretrizes do amor, mas a humanidade as recusa, por
lhe faltar a maturidade que corresponde à assimilação das luzes para o
coração.
Existem dois tipos de alimentos no mundo: o material e o espiritual. A
princípio, somente é conhecido o material, e todos o buscam, no entanto, o
Espírito preparado interessa-se mais pelo alimento espiritual, pois
servindo-se dele, nunca mais terá fome ou sede.
Vamos escutar a João, que serve de instrumento de Jesus, no capítulo
quatro, versículos treze e catorze:
Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água, tornará a ter sede. (João,
4:13)
Referia-se o Mestre à água que a samaritana bebia do poço da terra; e
adiante acrescenta Jesus:
Aquele porém, que beber da água que eu lhe der, nunca mais terá sede.
(João, 4:14)
A água de Jesus é a água da vida, é o alimento eterno e, ainda mais, quem
a tomar, n'Ele encontrará uma fonte que jamais secará.
Em todos os lugares em que estejamos, aí se encontra a abundância, não
obstante, é preciso que a busquemos com honestidade e amor. Deus não iria
criar Seus filhos para deixá-los passar necessidades. A fonte de nutrição
em todos os planos de vida é muito maior do que se pensa ser.
Infelizmente, até mesmo muitos espíritas bem encaminhados para a verdade
ignoram, ou se fazem ignorar, muitas fontes que o progresso lhes
encaminha, de modo a lhes mostrar a grande esperança.
A felicidade não pode ser doada; a parte que toca à alma deve ser
conquistada pelo esforço próprio, como sendo o salário do trabalhador.
Está chegando o momento dos canhões recuarem e serem transformados em
instrumentos de lavoura, não mais servindo à violência, em matanças que o
amor não aprova. Quando falamos em canhões, nos referimos a todas as armas
de morticínio. Quando falamos em orar e vigiar, é pedir a Deus com
sinceridade a paz, mas vigiar no trabalho incessante no bem comum.
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