FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 705 comentada

CAPÍTULO 42

0705/LE

O QUE É NECESSÁRIO?

 

Necessário é o que sustenta o homem sem o desperdício; é quando não entra na aquisição das coisas o egoísmo; é quando os sentimentos são disciplinados pelo amor.

Cumpre notar-se que a natureza nada deixa faltar para a alimentação das criaturas. Ela é mãe, com o indispensável amor para todos os seus filhos e Deus enriqueceu o solo com as qualidades indispensáveis para a multiplicação daquilo que ela produz, em favor dos viventes que ela acolhe em seu seio de amor. E o Pai ama tanto a Seus filhos que, acima do necessário, a terra é doadora em abundância, sempre ultrapassando aquilo que bastaria aos homens e animais. Assim é que os habitantes do mar não reclamam mais alimentos, como os dos ares, e mesmo os da terra, a não ser os homens, que violam as leis, e desviam os seus celeiros.

Deus dotou os homens da inteligência, e eles devem usá-la para ajudar a terra na multiplicação dos alimentos. Hoje, notamos o quanto as máquinas ajudam as criaturas no aumento da produção e eles ainda usam inseticidas químicos que tisnam o magnetismo animal, torcendo certas leis que equilibram a circulação vital no organismo.

Não é preciso violentar a natureza; ela sabe o seu trabalho e o faz com presteza e exatidão. Ela sabe que os corpos são seus filhos e que precisam ser alimentados, para desempenhar o papel para o qual foram incumbidos, em ajudar a alma na sua jornada, em se despertando os dons espirituais que clareiam os caminhos para Deus, libertando as suas forças e conquistando a si mesma. O limite do necessário vai até onde começa o desperdício.

O que faz o homem passar necessidade das coisas, não é a falta de tais ou quais alimentos, nem de vestes; é a usura, é a ganância do ouro. Ele deseja ajuntar cada vez mais, esquecendo-se do que Jesus nos adverte:

Louco, esta noite pedirão a tua alma; e o que tens guardado, para quem será? (Lucas, 12:20)

O Espírito, ao passar para a vida espiritual, não leva nem o próprio corpo de carne que usou por misericórdia de Deus. E qual o resultado do que ajuntou? Deve-se comer para viver, e não viver para comer; deve-se vestir para viver com simplicidade, e não transformar as vestes em luxo, complicando-se a vida. Deve-se morar para se resguardar das intempéries da natureza, e não transformar a moradia em palácio, de maneira que o apego se lhe prenda a ela, mesmo depois do túmulo.

Em alguns países, mandam-se queimar alimentos e outros produtos para que o preço corresponda à ganância. Isto é um verdadeiro crime. A natureza , pela violência com que foi atingida, revolta-se contra os homens e eles se esquecem que violentaram a lei, se esquecem da justiça.

Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se, ou a causar dano a si mesmo? (Lucas, 9:25)

Aí temos a resposta para o assunto: para que ganhar o mundo inteiro com as riquezas e perder a si mesmo, perdendo-se nos labirintos da incompreensão, sofrendo as conseqüências dos atos que escaparam à vigilância? Deus nunca Se esqueceu dos alimentos dos Seus filhos.

Os pais na Terra não deixam seus filhos sem o sustento, quanto mais o Pai de todos nós. A natureza é rica daquilo que ela sabe dar com abundância. Somente os mares têm alimentos enriquecidos para manter toda a humanidade com fartura. As águas são vivas e sabem obedecer à vontade do Todo-Poderoso.

ê fala do próprio Mestre, que se fizermos a vontade de Deus e a Sua justiça, tudo mais vem por acréscimo de misericórdia. Se nada falta para os peixes, para os pássaros e animais, porque irá faltar para os homens? Confiemos, esperemos e trabalhemos, que a fartura virá.

 

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