0703/LE
FINALIDADE DO INSTINTO DE CONSERVAÇÃO
Dos desígnios mais profundos de Deus, somente Ele é consciente. Nós
estamos trabalhando sob a Sua vontade, de modo que escapa ao nosso
entendimento o porquê das Suas leis. Compete aos mais inteligentes
obedecer-lhes sem murmuração, sem revolta.
A finalidade dos instintos é para concorrermos com alguma coisa para o
grande ideal, na execução das leis do Criador. Ele sabe o que faz, e como
cooperadores na obra universal, Ele nos faculta essa graça, pelas mãos de
Jesus, nosso Governador e guia dos nossos destinos.
Se meditarmos sobre o assunto, constataremos que o instinto de conservação
é necessário para a vida, para que ela cresça e prospere, e que essa força
divina vá desabrochando e se modificando em novos aspectos da sua própria
grandeza. Os animais, por exemplo, sentem os instintos, contudo, não
percebem de onde vêm, mas a bondade divina sabe como ele deve operar, e é
nesse labor interno dos animais que os rudimentos da consciência vão
tomando novas formas e registrando novos métodos de vida consciente.
Todas as finalidades das leis de Deus são nobres, por tomarem sempre
corpos diferentes, para a maior grandeza e glória da existência do
Criador.
Quando os engenheiros elaboram uma planta para erguer um edifício, os
trabalhadores, que são inúmeros, desconhecendo os objetivos da mesma obra,
apenas obedecem às ordens para que se possa consumar a tarefa. Assim somos
nós, os trabalhadores que devemos acatar com alegria as ordens do Divino
Arquiteto, sem outros pensamentos a não ser o de obediência. O que Deus
faz está tudo certo. Podemos desejar aprender o porquê das coisas, mas
nunca querer mudar os desígnios do Criador e, ainda pior, querer combater
o que desconhecemos.
Paulo de Tarso, quando se encontrava em certas dificuldades, pedia a
Jesus, no segredo dos seus pensamentos, para ajudá-lo. Ele sempre foi
feliz em todos os seus empreendimentos e ainda pedia para os seus
companheiros. Ouçamo-lo falando aos romanos, conforme o capítulo
dezesseis, versículo vinte e quatro:
A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós, amém.
Essa graça de Jesus nos mostra os caminhos para a vida mais pura,
entretanto, não devemos pedir sem nos esforçarmos na melhoria de nós
mesmos, trabalhando todos os dias no auto-aperfeiçoamento dos nossos
sentimentos, para alcançarmos a graça de Jesus.
Ainda nos falta muita sabedoria para que possamos chegar ao ponto de
compreender melhor as coisas de Deus. As nossas sensibilidades vão se
aprimorando, vão despertando cada vez mais, pela força do progresso, se
assim podemos dizer. Em muitos casos, nos falta o apoio da linguagem
humana para expressar fielmente a verdade divina. O verbo é fraco, porém
está caminhando para servir de melhor instrumento da verdade.
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