FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 701 comentada

CAPÍTULO 38

0701/LE

POLIGAMIA

 

A poligamia, como lei dos homens, é transitória, enquanto a monogamia está mais vinculada à lei de Deus, pelos processos que se vêem na natureza, sendo sistema mais acertado em uma sociedade mais evoluída.

No entanto, com o passar dos tempos, até o próprio casamento deverá obedecer ao progresso. As leis de Deus se mostram nas leis naturais, que dominam toda a criação. Convém observar que, no avançar da humanidade, a instituição do casamento vai ganhando terreno e se aperfeiçoando, para melhor educação das criaturas e melhor instrução das almas.

Na poligamia, há mais sensualidade do que amor, mas, com o tempo e a evolução dos sentimentos, a atração carnal passa a se modificar e tende a ganhar dimensão diferente, como amor universal. A humanidade já mostra sinais evidentes de melhora neste campo, porque o rei Salomão, diz-nos a história, tinha mil concubinas e uma mulher legítima; o Faraó Ramsés II tinha duzentas mulheres, e os sultões antigos não deixavam por menos. Porém, os tempos trouxeram modificações morais para essa gente e não se vêem os homens de hoje neste desregramento como no passado. A monogamia foi dominando pela força da evolução, de modo que a sociedade passou a modificar as suas leis.

A poligamia, nos dias atuais, em muitos países é proibido. Ainda existem tendências para tal desequilíbrio, mas é fora da lei e é no exercício do que é certo que entra a renúncia obrigatória, para depois a verdade fazer-se conhecer ë fazer conhecida a lei do amor verdadeiro e da justiça.

Quem regula e destrói leis humanas que nada têm em comum com a lei eterna e natural, é o tempo. Se o homem deseja modificar suas leis, basta melhorar-se moralmente, que toda mudança por dentro faz com que a natureza mude por fora. Se construirmos harmonia, certamente que a justiça nos levará para a harmonia; colheremos de acordo com o plantio.

A tendência do homem à poligamia nos mostra o ranço das práticas, gritando na área animal por nossos instintos inferiores. Mas, se avançarmos por lei do amor, a monogamia nos acena para melhores dias, vivendo com a consciência em estado de tranqüilidade que não se perturba.

Compete a nós outros procurar o Mestre dos mestres, que é Jesus. Ele tem a fórmula divina para vivermos em paz com nós mesmos. Tudo vibra na unidade, e se a evolução pedir para desaparecer o casamento, mudando para um estado melhor que ele, a razão nos diz que devemos acompanhar a vontade de Deus e não a nossa. Tudo que evolui requer melhores condições de vida. Se os ensinamentos do Cristo se tiverem firmado em todos os nossos passos, não devemos ter dúvida em segui-Lo, para não errarmos o caminho.

Assim como o testemunho do Cristo tem sido confirmado em nós. (I Coríntios, 1:6)

Se o testemunho tem sido confirmado em nós, não há mais dúvida em segui-Lo. Ele é o nosso caminho, a nossa verdade e a nossa vida.

Se a poligamia fosse a lei de Deus, que é imutável, tornar-se-ia universal entre as criaturas, mas, em se desfazendo, está provado que é lei humana transitória, que passa com o despertar das criaturas de Deus. Entretanto, se ela existiu e ainda existe em alguns lugares, mas com fortes tendências para desaparecer, teve, e ainda tem, algum proveito, ainda que seja pouco; se não tivesse, Deus não a permitiria.

A humanidade cresce, e com o crescimento aparecerão as mudanças do modo que a evolução determina. O homem foi feito simples e ignorante, entrementes, as mesmas leis de Deus eternas e naturais se encarregam de despertar os próprios homens, na seqüência que o tempo pode marcar, em nome d'Aquele que é a nossa luz e luz da vida.

 

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