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CELIBATO E SACRIFÍCIO
"O Livro dos Espíritos" é um código valioso nas nossas mãos e representa
grande volume de sacrifício do codificador para realizar essa obra
benfeitora. Muitos Espíritos puros cooperaram na feitura desse livro,
pois, ele tem o grande mérito de instruir a humanidade acerca das leis de
Deus, com mais profundidade que as outras religiões e filosofias
espalhadas no mundo inteiro.
O celibato, quando em caráter de sacrifício, para beneficiar os seres
humanos, é meritório e um exercício benfeitor para o coração de quem o
faz. Tudo no mundo da alma é dirigido pelos sentimentos; eles é que dão
mérito ou demérito aos seus passos.
O celibato é nobre, quando o celibatário se priva da constituição de
família para ajudar uma família maior, quando o seu amor cresce de maneira
que atinge a humanidade. Eis aí a consciência que se ilumina com trabalhos
de ordem superior. No entanto, ao entrar o egoísmo, a vaidade e as paixões
inferiores, desaparece o mérito.
Vemos vários tipos de celibatários no mundo dos homens; uns que não se
casam para, como dizem, aproveitar a vida mais livremente, que chamamos
vida de desespero; outros, para não gastarem o ouro que ajuntaram, embora,
às vezes, com sacrifícios, e outros ainda para manterem o que eles chamam
de pureza, tendo a castidade como o seu ponto de desculpas.
Para maiores elucidações, vamos transcrever a resposta que os Espíritos,
sob a égide de Jesus, emitem à pergunta em estudo:
Isso é muito diferente. Eu disse: por egoísmo. Todo sacrifício pessoal é
meritório, quando feito para o bem. Quanto maior o sacrifício, tanto maior
o mérito.
Ser celibatário nada acrescenta na pauta da vida da criatura. Necessário
se faz saber o porquê desse sacrifício, qual o seu objetivo. Desde quando
é para o bem da humanidade, é luz que se transforma na paz do coração e na
tranqüilidade da consciência. Porém, quando é para a sua satisfação
pessoal, é pedra de tropeço nos caminhos já tortuosos da vida de quem o
faz.
No zelo, não sejais remissos: Sede fervorosos de Espírito, servindo ao
Senhor. (Romanos, 12:11)
Em tudo o que fizerdes, principalmente em sacrifícios, sede zelosos e
fervorosos em Espírito, diz Paulo, para que esse esforço seja louvado pela
consciência. O mérito maior é, pois, daquele que se carrega consigo no
centro da própria vida: o amor.
Quem deseja ser celibatário, deve procurar saber por que e analisar as
suas intenções, para ver se correspondem aos ideais de Jesus. É bom que
nos lembremos das grandes vidas que desataram certos laços de família para
servirem à humanidade com grande zelo, como no caso de Buda, Francisco de
Assis e dezenas de outros mais que não precisam ser mencionados, homens
que sacrificaram alegrias pessoais para lembrarem à humanidade, pelo
exemplo, as leis de Deus, e lutar por elas. Outros, para livrarem o seu
país, o seu povo, das opressões dos gananciosos... Não estamos
incentivando as pessoas para o caminho de abandonar o convívio familiar;
primeiramente, deve-se observar se se está sendo chamado e escolhido por
Deus para tais e quais finalidades. Não se pode deixar que os familiares
sirvam de pedra de tropeços para o dever; agarrar-se em demasia às coisas
transitórias, é esquecer as eternas.
Façamos um convite, pelo exemplo, aos nossos familiares, para servirem ao
Senhor como pretendemos fazer, que Jesus nos abençoará nas nossas
decisões. Devemos orar e vigiar, para não cairmos na tentação de
esquecermos as obrigações espirituais, sendo celibatários ou consorciados.
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