FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 699 comentada

CAPÍTULO 36

0699/LE

CELIBATO E SACRIFÍCIO

 

"O Livro dos Espíritos" é um código valioso nas nossas mãos e representa grande volume de sacrifício do codificador para realizar essa obra benfeitora. Muitos Espíritos puros cooperaram na feitura desse livro, pois, ele tem o grande mérito de instruir a humanidade acerca das leis de Deus, com mais profundidade que as outras religiões e filosofias espalhadas no mundo inteiro.

O celibato, quando em caráter de sacrifício, para beneficiar os seres humanos, é meritório e um exercício benfeitor para o coração de quem o faz. Tudo no mundo da alma é dirigido pelos sentimentos; eles é que dão mérito ou demérito aos seus passos.

O celibato é nobre, quando o celibatário se priva da constituição de família para ajudar uma família maior, quando o seu amor cresce de maneira que atinge a humanidade. Eis aí a consciência que se ilumina com trabalhos de ordem superior. No entanto, ao entrar o egoísmo, a vaidade e as paixões inferiores, desaparece o mérito.

Vemos vários tipos de celibatários no mundo dos homens; uns que não se casam para, como dizem, aproveitar a vida mais livremente, que chamamos vida de desespero; outros, para não gastarem o ouro que ajuntaram, embora, às vezes, com sacrifícios, e outros ainda para manterem o que eles chamam de pureza, tendo a castidade como o seu ponto de desculpas.

Para maiores elucidações, vamos transcrever a resposta que os Espíritos, sob a égide de Jesus, emitem à pergunta em estudo:

Isso é muito diferente. Eu disse: por egoísmo. Todo sacrifício pessoal é meritório, quando feito para o bem. Quanto maior o sacrifício, tanto maior o mérito.

Ser celibatário nada acrescenta na pauta da vida da criatura. Necessário se faz saber o porquê desse sacrifício, qual o seu objetivo. Desde quando é para o bem da humanidade, é luz que se transforma na paz do coração e na tranqüilidade da consciência. Porém, quando é para a sua satisfação pessoal, é pedra de tropeço nos caminhos já tortuosos da vida de quem o faz.

No zelo, não sejais remissos: Sede fervorosos de Espírito, servindo ao Senhor. (Romanos, 12:11)

Em tudo o que fizerdes, principalmente em sacrifícios, sede zelosos e fervorosos em Espírito, diz Paulo, para que esse esforço seja louvado pela consciência. O mérito maior é, pois, daquele que se carrega consigo no centro da própria vida: o amor.

Quem deseja ser celibatário, deve procurar saber por que e analisar as suas intenções, para ver se correspondem aos ideais de Jesus. É bom que nos lembremos das grandes vidas que desataram certos laços de família para servirem à humanidade com grande zelo, como no caso de Buda, Francisco de Assis e dezenas de outros mais que não precisam ser mencionados, homens que sacrificaram alegrias pessoais para lembrarem à humanidade, pelo exemplo, as leis de Deus, e lutar por elas. Outros, para livrarem o seu país, o seu povo, das opressões dos gananciosos... Não estamos incentivando as pessoas para o caminho de abandonar o convívio familiar; primeiramente, deve-se observar se se está sendo chamado e escolhido por Deus para tais e quais finalidades. Não se pode deixar que os familiares sirvam de pedra de tropeços para o dever; agarrar-se em demasia às coisas transitórias, é esquecer as eternas.

Façamos um convite, pelo exemplo, aos nossos familiares, para servirem ao Senhor como pretendemos fazer, que Jesus nos abençoará nas nossas decisões. Devemos orar e vigiar, para não cairmos na tentação de esquecermos as obrigações espirituais, sendo celibatários ou consorciados.

 

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