FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 698 comentada

CAPÍTULO 35

0698/LE

CELIBATÁRIO

 

O celibatário pode estar certo, se verdadeiramente ele deixou de contrair matrimônio por não ter essa tarefa de construir um lar. Podemos perceber muitos deles na Terra, por provas, por oportunidade de descanso com esse tipo de compromisso, ou por missão, pois, estando livre dos compromissos de familiares, desempenha melhor o seu papel em favor da sociedade.

Entretanto, o celibato em favor de si mesmo, como egoísmo, e para não ajudar aos que formam uma família, não é aceito como virtude, visto que a renúncia, neste caso, é somente em favor de si mesmo, é usura e, portanto, condenado pela consciência. Estando no mundo, o Espírito deve, por obrigação, dar pelo menos o que recebeu dos seus ancestrais; se eles renunciassem ao casamento, ele não nasceria, nem teria a oportunidade que agora tem.

Devemos renunciar, sim, mas à mentira, à inveja, ao orgulho e à vaidade, ao egoísmo e ao ódio e a outros tantos defeitos que podemos anotar nas linhas da nossa vida. Podemos renunciar à união com essas imperfeições, que isto será de agrado da espiritualidade que nos acompanha, nos ajudando a viver. Nas oportunidades de redenção espiritual, como seja o casamento, quantos pais hoje dão graças a Deus pelos filhos que têm por poder lhes ajudar, até mesmo a andar, a comer, a vestir e a ter um abrigo? Além disso, a família é abençoada, pelas portas de amor que se abrem para a eternidade.

Relembremos aqui a pergunta e a resposta de número 598 de "O Livro dos Espíritos", para melhor esclarecimento:

- O celibato voluntário representa um estado de perfeição meritório aos olhos de Deus?

E a entidade espiritual responde ao codificador:

- Não, e os que assim vivem, por egoísmo, desagradam a Deus e enganam o mundo.

E quem desagrada a Deus, está desagradando a si mesmo, fazendo dívidas para o resgate no amanhã; os que enganam o mundo, têm de voltar para reparar o mal feito.

Jesus desafiou os mais sólidos hábitos sociais judaicos, permanecendo liberado dos laços matrimoniais, sem com isso perder Sua dignidade, conforme afirma Paulo:

Porque com grande poder convencia publicamente os Judeus, provando por meio das escrituras que o Cristo é Jesus. (Atos, 18:28)

Jesus, na verdade, era celibatário, como Paulo também o era, no entanto, tinha uma missão divina entre os homens, e fez de Paulo um dos Seus mais lúcidos discípulos, na solidificação do Evangelho.

Muitos outros missionários dos céus foram celibatários por mandato divino, para anunciar o Evangelho de Jesus livres de certos compromissos.

Não é o mesmo caso de ser solteiro por egoísmo, engrossando a "fileira dos acomodados". A esses, as próprias consciências se encarregam de cobrar, porque não fizeram o que deveriam fazer.

O casamento é oportunidade divina para as criaturas. Não compete a nós julgar os celibatários, porque somente os Céus sabem quais os que vieram ao mundo para não casar, e Deus pode dizer claramente aos homens, pelas portas da consciência, se devem ou não contrair matrimônio, constituindo família.

 

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