FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 697 comentada

CAPÍTULO 34

0697/LE

INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO

 

Não podemos dizer que o casamento é indissolúvel; separar o que Deus ajuntou é bem diferente de separar o que os instintos inferiores uniram. O problema sério do casamento é a sintonia por afinidade espiritual. Os que se unem por amor verdadeiro, nada no mundo faz separar, nem mesmo a desencarnação, pois os Espíritos continuam juntos por vibrações espirituais.

As leis de Deus são imutáveis em todas as suas ações diante dos homens, coisas e mesmo no seio dos próprios Espíritos puros, no entanto, para cada ser, elas se apresentam de acordo com a evolução já conquistada. Se bem vivemos, bem recebemos o merecido, pela forma do amor, na qualidade da justiça.

As leis humanas são mutáveis, pelas mudanças de comportamento das criaturas. Compete a cada um esforçar-se para melhorar, que todas as mudanças operar-se-ão na sua intimidade, e cada vez mais conhecer-se-á a lei natural, que sempre é protetora, pois para isso ela foi criada.

Tudo o que se une por sintonia tem laços duradouros, porém a união por interesse é passageira, porque não existe amor e se encontra sob a influência do egoísmo. O casamento é uma lei natural para que a sociedade firme seus alicerces na comunhão de idéias afins.

Quando um dos cônjuges foge a determinados preceitos de harmonia do lar aparece, pela força da necessidade, o divórcio. Os cônjuges pedem uma separação e Deus permitiu que isto fosse estatuído por lei; no entanto, ela pode desaparecer, quando as criaturas se conscientizarem dos seus deveres e passarem a amar sem exigências e com nobreza nos corações.

A indissolubilidade do casamento é imposição humana, contrária à lei da natureza, porque tudo se encontra movendo em mutações variadas. Compreendemos, pois, que o amor é universal; a própria lei da Terra, dá essa garantia somente enquanto vivem as duas criaturas; depois de se encontrarem livres da matéria, elas poderão permanecer unidas pelos sentimentos, pela sintonia que o amor faz gerar.

Há muitos casamentos de provas, há casamentos por interesses e há casamentos por missão. Estes últimos são bem escassos. O certo seria que cada um amasse o mais que pudesse àquele que consigo convive no lar, porque do amor sai a inspiração do que se deve fazer, das responsabilidades de cada um diante dos compromissos assumidos no céu e na Terra.

Somente o que não se desfaz são as leis de Deus; o que Ele fez é eterno, por ser Ele onisciente em todas as Suas operações divinas. Jesus está sempre orando por nós, esperando a nossa conversão à obediência da harmonia universal.

Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. Tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos. (Lucas, 22:32)

O que disse Jesus a Pedro é o que devemos fazer: quando nos convertermos, devemos procurar os nossos irmãos caídos e os fortalecermos. Quantos lares se encontram em decadência? Muitos e muitos. Devemos fortalecer esses companheiros em prova, pela força do exemplo e não somente por palavras.

Moisés, na qualidade de legislador, estatuiu certas regras humanas, pela dureza dos corações, mas, não como sendo lei de Deus dentro da imutabilidade que elas representam. É muito bom que estudemos os livros, mas melhor é os entendermos em Espírito e verdade. O tempo, juntamente com o progresso, modificam todas as coisas na altura da evolução alcançada pela sociedade. Isso é justiça, isso é amor.

 

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