FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 694 comentada

CAPÍTULO 31

0694/LE

ATOS ANIMALIZADOS

 

Há muitos laços que prendem a alma às paixões inferiores, como os variados processos que à sensualidade usa para a sua satisfação, embriagando os sentimentos em sensações grosseiras. É, pois, nesse sentido que o Espírito é considerado animal, mesmo com vestimentas diferentes destes, no entanto, as suas investidas no campo dos desregramentos são as mesmas ou, por vezes, piores.

A Doutrina dos Espíritos surgiu no mundo como nos refere a codificação, para educar e instruir. Não devemos nos cansar de repetir essas duas máximas, que fazem do espírita um verdadeiro cristão, quando ele toma a sério esses preceitos de luz.

O homem, quando olha somente para baixo, esquece de sentir o Espírito que domina a matéria. Ele é animalizado, ocupando a sua mente com a apologia de que a carne precisa de carne, e que as satisfações inferiores o distraem. Não estamos aqui contra a prática do sexo que sabemos ser força de continuação da espécie, mas, somos somente contra o desregramento do mesmo, que pode levar à loucura e ao fascínio. O excesso das sensações pode embriagar a alma em caminhos de difícil recuperação.

Convém anotar as necessidades dos Espíritos que já acordaram para a luz, a auto-educação em todos os rumos da disciplina, para que no amanhã sintamos necessidade e facilidade de acompanharmos Jesus. Mesmo se já foi conquistada certa educação na área do sexo, não se deve vangloriar por esse feito de boa vontade; se já se vive esse equilíbrio, ele mesmo, por si só, irradia a grandeza d'alma. A verdade não precisa dos jornais, e não pede outros meios de comunicações para se revelar; ela, sendo verdade, já tem seus métodos de anunciação. Se já és equilibrado, que sejas para ti mesmo.

A fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. (l Coríntios, 1:29).

Mesmo educando a poderosa força sensual, existem muitas outras para serem disciplinadas, que não se sabe quando elas estarão domesticadas. E quantos observamos, nos meios espiritualistas, que anunciam antes de consolidar a educação e voltam atrás, envolvendo-se nos sentimentos que supunham vencidos? E agora, como explicar o que não se consolidou em Cristo? O silêncio, em muitos casos, é força poderosa; deixemos que os outros descubram as nossas virtudes, sem que nossa voz participe em defesa própria. A vanglória pode ser a perda do já conquistado.

Não inventemos meios ilícitos para uma coisa tão séria como o é a reprodução, e não desmoralizemos seus valores para a nossa própria satisfação; a natureza tudo fez sob as bênçãos de Deus, para a glória da vida. Se os nossos pensamentos estão soltos no campo da sensualidade, procuremos Jesus, que Ele nos dará orientações concernentes ao nosso equilíbrio moral e espiritual.

Não desdenhemos os nossos valores: passemos a compreendê-los, que receberemos a recompensa da natureza. Que Deus nos abençoe nos esforços de educar o sagrado santuário de vida, donde gera a reprodução.

 

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