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ATOS ANIMALIZADOS
Há muitos laços que prendem a alma às paixões inferiores, como os variados
processos que à sensualidade usa para a sua satisfação, embriagando os
sentimentos em sensações grosseiras. É, pois, nesse sentido que o Espírito
é considerado animal, mesmo com vestimentas diferentes destes, no entanto,
as suas investidas no campo dos desregramentos são as mesmas ou, por
vezes, piores.
A Doutrina dos Espíritos surgiu no mundo como nos refere a codificação,
para educar e instruir. Não devemos nos cansar de repetir essas duas
máximas, que fazem do espírita um verdadeiro cristão, quando ele toma a
sério esses preceitos de luz.
O homem, quando olha somente para baixo, esquece de sentir o Espírito que
domina a matéria. Ele é animalizado, ocupando a sua mente com a apologia
de que a carne precisa de carne, e que as satisfações inferiores o
distraem. Não estamos aqui contra a prática do sexo que sabemos ser força
de continuação da espécie, mas, somos somente contra o desregramento do
mesmo, que pode levar à loucura e ao fascínio. O excesso das sensações
pode embriagar a alma em caminhos de difícil recuperação.
Convém anotar as necessidades dos Espíritos que já acordaram para a luz, a
auto-educação em todos os rumos da disciplina, para que no amanhã sintamos
necessidade e facilidade de acompanharmos Jesus. Mesmo se já foi
conquistada certa educação na área do sexo, não se deve vangloriar por
esse feito de boa vontade; se já se vive esse equilíbrio, ele mesmo, por
si só, irradia a grandeza d'alma. A verdade não precisa dos jornais, e não
pede outros meios de comunicações para se revelar; ela, sendo verdade, já
tem seus métodos de anunciação. Se já és equilibrado, que sejas para ti
mesmo.
A fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. (l Coríntios,
1:29).
Mesmo educando a poderosa força sensual, existem muitas outras para serem
disciplinadas, que não se sabe quando elas estarão domesticadas. E quantos
observamos, nos meios espiritualistas, que anunciam antes de consolidar a
educação e voltam atrás, envolvendo-se nos sentimentos que supunham
vencidos? E agora, como explicar o que não se consolidou em Cristo? O
silêncio, em muitos casos, é força poderosa; deixemos que os outros
descubram as nossas virtudes, sem que nossa voz participe em defesa
própria. A vanglória pode ser a perda do já conquistado.
Não inventemos meios ilícitos para uma coisa tão séria como o é a
reprodução, e não desmoralizemos seus valores para a nossa própria
satisfação; a natureza tudo fez sob as bênçãos de Deus, para a glória da
vida. Se os nossos pensamentos estão soltos no campo da sensualidade,
procuremos Jesus, que Ele nos dará orientações concernentes ao nosso
equilíbrio moral e espiritual.
Não desdenhemos os nossos valores: passemos a compreendê-los, que
receberemos a recompensa da natureza. Que Deus nos abençoe nos esforços de
educar o sagrado santuário de vida, donde gera a reprodução.
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