FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 686 comentada

CAPÍTULO 23

0686/LE

REPRODUÇÃO

 

Sem a reprodução, o mundo das formas pereceria, pois em tudo há o germe da multiplicidade. Começando pelas plantas, observamos o poder das sementes, a extraordinária força de multiplicação das espécies. Assim ocorre com os animais e com os seres humanos.

O "crescei e multiplicai" é lei de Deus em todos os quadrantes da natureza. Somente o Espírito é que não reproduz Espírito, porque esse vem da fonte maior que é Deus. O corpo físico é a maior maravilha de todos os tempos. Se podemos chamá-lo assim, ele é o maior milagre divino, em se falando da Terra.

O Senhor Todo Poderoso criou leis para estabelecer a harmonia na criação, e os livros sagrados de todas as religiões e filosofias são pálidas cópias dessas leis. Elas vão chegando aos homens de conformidade com o seu despertamento espiritual. Cada vez que crescem na pauta da evolução, lhes são mostrados ângulos diferentes das leis da natureza. Sem a reprodução que obedece à vontade do Criador, o mundo das formas deixaria de existir.

O ser humano só está se voltando para perceber o despertar da vida, sem contudo compreender, na profundidade, o que é a vida. Se ainda não pode compreender melhor o que é Deus, que não O culpe por seus infortúnios; se Ele é a inteligência maior do Universo, sabe o que faz com a Sua casa e os Seus filhos.

Julgar o que não se pode compreender é pobreza de raciocínio, e, se pela lógica, quem raciocina ainda está na escala dos ignorantes, devemos procurar desenvolver outras qualidades que possuímos para compreender melhor as leis de Deus.

Observemos a lei da reprodução nos nossos pensamentos; eles também crescem e se multiplicam. Este é um ponto sutil das nossas deduções. Os pensamentos são sementes que lançamos em todos os solos das mentes que nos ouvem, levando a chancela da nossa responsabilidade. O que escrevemos são sementes igualmente, e responderemos por elas. Nada poderia existir sem a reprodução dos valores.

O que a vida nos concita a fazer é estudar, meditar e buscar compreender os nossos deveres ante as nossas criações mentais. Elas, pela lei, saem de nós como o filho pródigo, porém, voltam para nós como os companheiros da afinidade. Â reprodução existe em tudo; tudo se multiplica, porque em tudo estão as bênçãos do Criador. Compete a nós, filhos de Deus, trabalhar bem na co-criação, de modo que a nossa liberdade se torne paz para os nossos corações e luz para as nossas consciências.

O aprendizado é infinito. Não existe nada errado no mundo; existem, sim, as posições diferentes tomadas por nós. Quem está com sede deve tomar água; quem tem fome deve se alimentar; quem se encontra nu, deve procurar roupa. Quando somos contrariados nas nossas necessidades, entramos na desarmonia e sofremos as conseqüências das nossas faltas. Isso é lição divina na expressão de aprendizado humano. A semente de vida vem de Deus, mas necessário se faz que os Seus filhos cuidem delas. Se queremos coisas mais perfeitas, aprofundemo-nos mais nas leis; é justo que aprimoremos nossas qualidades para a devida percepção espiritual; para tanto, não devemos procurar uvas em espinheiros.

Nossas palavras são sementes, que usamos todos os dias na semeadura. Procuremos saber semear, para que não derramemos lágrimas na colheita. Cresçamos e nos multipliquemos nos valores eternos porque, de qualquer modo, vivemos dentro da eternidade, respirando o ar a que fizemos jus, comendo o alimento que merecemos e vestindo roupas dentro das nossas necessidades.

 

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