FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 684 comentada

CAPÍTULO 21

0684/LE

ABUSO DE AUTORIDADE

 

Se abusamos da autoridade, fazendo os nossos subordinados trabalharem com excesso, responderemos por isso. O comando não é para violência e, sim, para harmonia do meio onde fomos chamados a operar.

Se abusamos da autoridade, certamente que em outra etapa de vida poderemos vir a sermos mandados com o mesmo rigor com que abusamos dos outros. Essa é a lei de justiça, que opera sem a nossa participação. Queiramos ou não, as leis estão vibrando na vida para educar e disciplinar aqueles que as infringem.

Todo aquele que tem em suas mãos o poder de mandar, responde duramente pelos excessos do seu mando. Abuso de autoridade é sofrimento à vista. É bom que busquemos o Evangelho de Jesus para melhor comandar os subalternos, reconhecendo que eles são os nossos irmãos, por vezes passando por duras provas em casa e no trabalho; por que ainda suportar a rigidez do patrão, que deveria aliviar seu fardo?

Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. (João, 15:14).

Quando a vontade de agredir o que se encontra sob nosso comando for muito grande, pensemos se Jesus faria isso. Se queremos ser amigos de Jesus, sejamos brandos com os que já suportam o peso da vida nos ombros frágeis. Em todo lugar cabem os conselhos do Mestre; convidemo-Lo para andar conosco todos os nossos passos, para que não erremos o caminho. Façamos isso e veremos que a felicidade passa a ser nossa esperança, clima onde podemos respirar. Para tudo e todos, Deus fez a lei de misericórdia, dotando Seu filho maior de poderes para aplicar essa lei de acordo com a infinita fraternidade do Seu coração.

Tenhamos energia no nosso posto de mando, mas não nos esqueçamos do amor, para que essa energia se torne maleável e ensine com justiça. Todos os "grandes" homens do mundo que abusaram do poder, se encontram em duras provas, comendo do mesmo alimento que impuseram aos seus inferiores. Não brinquemos com as leis de Deus; elas vibram, pelo Seu poder, em todas as coisas e em todos os sentimentos, obedecendo à vontade do Soberano que as criou.

Sejamos honestos nas nossas atitudes, mas brandos no viver, compreensivos com os ignorantes e mansos com os que sofrem, amando-os. Somente se colhe aquilo que se semeia. Se conhecemos essa verdade, ela nos livrará do que poderíamos receber das nossas más ações.

Lembremo-nos do ensinamento do filósofo: "Conhece-te a ti mesmo", porque conhecendo-se a si mesmo, o Espírito passa a ser tolerante com as fraquezas alheias e compassivo com os ignorantes. Se é o nosso dever ensinar-lhes, façamo-lo com benevolência.

Abuso da autoridade é malevolência em todos os sentidos. Mesmo dentro do lar, é preciso que vejamos que todos têm deveres, mas, têm igualmente direitos. Se não sabemos obedecer, não sabemos também mandar. Temos também nossos limites, mesmo na arte de mandar. Se formos além, estamos sujeitos a que alguém nos chame às falas, por meios que às vezes desconhecemos.

Quem transgride as leis de Deus, passa a ser carrasco de si mesmo.

 

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