FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 683 comentada

CAPÍTULO 20

0683/LE

LIMITE DO TRABALHO

 

A pergunta de "O Livro dos Espíritos" é objetiva e abrangente:

Qual o limite do trabalho?

E vem, em seguida, a resposta pelo agente de luz do céu:

O das forças. Em suma, a esse respeito Deus deixa inteiramente livre o homem.

O Senhor deixa livre o homem, para testar seu raciocínio e fazer com que ele cresça, e é de experiência em experiência que ele acumula as qualidades nobres para despertar os valores eternos do coração.

Deus não poderia fazer tudo para as criaturas, pois o Espírito perderia o estímulo, e não se esforçaria, nem empenharia em luta alguma, pois, teria o Pai para fazer tudo por ele. Mas o Pai vai deixando os filhos cada vez mais livres, de acordo com o seu despertar. Os filhos crescidos, já adultos, devem se esforçar, e nesse exercício eles mesmos se salvam pelo empenho de cada dia.

O limite do trabalho é o das nossas forças, aqui e além, mas temos liberdade de trabalhar mais, ou menos, pois cada um é que sabe o seu limite; no entanto, não podemos ficar sem operar, no que fomos chamados a fazer.

Até as crianças trabalham; um sorriso para seus pais opera maravilhas. Isso não é um trabalho? Um velho cujas forças se desgastaram no correr dos anos, pode laborar na sua área, fazendo o que suporta fazer, ainda mais, onde mora, apegando-se à compreensão, pois, todo lar precisa de mais um pouco de harmonia. A velhice está cheia de experiências que podem ser repartidas com os demais da família. A um idoso bom, amoroso e justo, há sempre lugar para ele ficar, e recebe em troca o caminho de todos que convivem com ele no lar.

Se Deus deixa inteiramente livre o homem no que tange ao trabalho, devemos respeitar essa liberdade, e fazer mais do que o Senhor nos outorgou para realizar.

A Doutrina dos Espíritos coloca nos ombros dos seus adeptos mais responsabilidade, e nos convida para fazer mais do que nos dispomos, mostrando que a caridade é um dever do homem e do Espírito, que somente ela nos salva e serve de moeda divina, para que possamos entrar no reino da harmonia da consciência.

Os homens têm a liberdade de escolher a filosofia religiosa que queiram seguir, no entanto alertamos que a melhor de todas elas é a que apresentar mais trabalho para os seus ombros, de maneira que nem a religião nem quem faz o trabalho especulem com desamor os necessitados. Devemos sempre dar com uma mão sem que a outra perceba.

Observemos João, quando anota a palavra de Jesus:

E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. (João, 14:13)

Devemos pedir sempre ao Mestre e em nome d'Ele, que os Céus confiem em nós, dando-nos mais trabalho, tanto quanto possamos suportar. Tenhamos cuidado com as coisas fáceis; elas representam um cesto de flores onde se escondem víboras. Aprimoremos nosso dom de escolha, e se já temos liberdade de escolher o trabalho, cuidemos de não querê-lo sem Jesus, reparando se estamos certos naquilo que devemos fazer. Toda liberdade valiosa carrega consigo a responsabilidade.

 

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