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LIMITE DO TRABALHO
A pergunta de "O Livro dos Espíritos" é objetiva e abrangente:
Qual o limite do trabalho?
E vem, em seguida, a resposta pelo agente de luz do céu:
O das forças. Em suma, a esse respeito Deus deixa inteiramente livre o
homem.
O Senhor deixa livre o homem, para testar seu raciocínio e fazer com que
ele cresça, e é de experiência em experiência que ele acumula as
qualidades nobres para despertar os valores eternos do coração.
Deus não poderia fazer tudo para as criaturas, pois o Espírito perderia o
estímulo, e não se esforçaria, nem empenharia em luta alguma, pois, teria
o Pai para fazer tudo por ele. Mas o Pai vai deixando os filhos cada vez
mais livres, de acordo com o seu despertar. Os filhos crescidos, já
adultos, devem se esforçar, e nesse exercício eles mesmos se salvam pelo
empenho de cada dia.
O limite do trabalho é o das nossas forças, aqui e além, mas temos
liberdade de trabalhar mais, ou menos, pois cada um é que sabe o seu
limite; no entanto, não podemos ficar sem operar, no que fomos chamados a
fazer.
Até as crianças trabalham; um sorriso para seus pais opera maravilhas.
Isso não é um trabalho? Um velho cujas forças se desgastaram no correr dos
anos, pode laborar na sua área, fazendo o que suporta fazer, ainda mais,
onde mora, apegando-se à compreensão, pois, todo lar precisa de mais um
pouco de harmonia. A velhice está cheia de experiências que podem ser
repartidas com os demais da família. A um idoso bom, amoroso e justo, há
sempre lugar para ele ficar, e recebe em troca o caminho de todos que
convivem com ele no lar.
Se Deus deixa inteiramente livre o homem no que tange ao trabalho, devemos
respeitar essa liberdade, e fazer mais do que o Senhor nos outorgou para
realizar.
A Doutrina dos Espíritos coloca nos ombros dos seus adeptos mais
responsabilidade, e nos convida para fazer mais do que nos dispomos,
mostrando que a caridade é um dever do homem e do Espírito, que somente
ela nos salva e serve de moeda divina, para que possamos entrar no reino
da harmonia da consciência.
Os homens têm a liberdade de escolher a filosofia religiosa que queiram
seguir, no entanto alertamos que a melhor de todas elas é a que apresentar
mais trabalho para os seus ombros, de maneira que nem a religião nem quem
faz o trabalho especulem com desamor os necessitados. Devemos sempre dar
com uma mão sem que a outra perceba.
Observemos João, quando anota a palavra de Jesus:
E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja
glorificado no Filho. (João, 14:13)
Devemos pedir sempre ao Mestre e em nome d'Ele, que os Céus confiem em
nós, dando-nos mais trabalho, tanto quanto possamos suportar. Tenhamos
cuidado com as coisas fáceis; elas representam um cesto de flores onde se
escondem víboras. Aprimoremos nosso dom de escolha, e se já temos
liberdade de escolher o trabalho, cuidemos de não querê-lo sem Jesus,
reparando se estamos certos naquilo que devemos fazer. Toda liberdade
valiosa carrega consigo a responsabilidade.
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