0682/LE
REPOUSO
Quem trabalha deve obedecer aos limites que a natureza impõe ao esforço. O
corpo precisa de descanso para recuperar as energias perdidas.
Compete ao homem analisar sua capacidade, e as próprias leis da Terra se
inspiraram nesses limites, dividindo as vinte e quatro horas em três
aspectos: trabalho, lazer e descanso. Quem desejar sair dessa disciplina
pagará caro, desequilibrando a sua saúde. Precisamos ficar atentos ao
egoísmo e à usura, para que não caiamos nas tentações e venhamos a sofrer
as más conseqüências.
A filosofia do trabalho é divina, a do lazer é grandiosa e a do descanso
pelo sono é uma necessidade, para que as criaturas possam ter mais alegria
e esperança de viver. A sociedade atual, com as suas sofisticações, por
vezes se esquece do mandamento que veio da época de Moisés, do dever dos
filhos para com os pais, e desses para com os filhos. Muitas famílias
esquecem os seus esteios familiares, às vezes colocando-os à distância,
para ficarem livres do que eles acham ser aborrecimentos, esquecendo o
dever firmado na consciência.
A natureza marca para todos o limite do trabalho, contudo, não podemos nos
esquecer de trabalhar no que ela pede do nosso esforço a cada dia. O
velhinho de cabelos brancos que passa na rua pede nossa cooperação; e qual
a diferença dele para com o nosso pai? As vidas sucessivas podem nos dizer
que ele já foi nosso tutor em outra época. Quem se interessa pelos seus
pais de sangue, estende esse interesse para todos os outros pais, mesmo
que lhe sejam desconhecidos. Os asilos são organizados para os que passam
pela provação de não terem um lar. As creches espalhadas pela nação afora,
igualmente têm a missão de amparar aos órfãos. Se podemos ajudar essas
casas de caridade, façamo-lo com carinho, sem esquecer nossa visita
periódica.
Tanto a inércia como o trabalho com exagero nos fazem mal, nos dois planos
de vida. Cuidado com os extremos! É onde prolifera o vírus do
desequilíbrio. Devemos anotar e não esquecer o que nos diz o apóstolo
Pedro, em sua primeira epístola, no capítulo cinco, versículo oito:
Sede sóbrios e vigilantes.
O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como o leão que ruge
procurando alguém para devorar.
O diabo, que podemos entender neste dizer de Pedro, são os Espíritos ainda
ignorantes, e a ignorância está, de certo modo, ligada à preguiça, por
desconhecer o valor do trabalho. Quanto mais pensarmos nas facilidades,
mais atraímos entidades deste jaez, que nos inspiram nos dois planos de
vida para todos os tipos de desequilíbrios.
Nos intervalos dos nossos pensamentos, os Espíritos menos esclarecidos
transmitem vibrações dos seus desejos. Os pensamentos são portas que se
abrem para o bem e para o mal, dependendo dos nossos sentimentos, nas suas
qualidades inerentes à nossa evolução. No entanto, a razão pode nos
defender, se ela estiver atenta, vigilante contra a emboscada das trevas.
O Espiritismo nos informa desses perigos, bem como nos fornece meios e
armas de lutar contra eles com sabedoria, mudando a nossa conduta como nos
deu exemplo Nosso Senhor Jesus Cristo.
Nós somos o que buscamos, pelos pensamentos, palavras e atos. Se usamos a
inteligência vinculada ao coração, passaremos a buscar com Jesus as
companhias iluminadas, onde a verdade é a luz que nos tornará livres.
Devemos saber o limite tanto do trabalho como do lazer e, por conseguinte,
do descanso, nas linhas do sono reparador.
<< Voltar à Página da Questão (L.E.) <<