FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 682 comentada

CAPÍTULO 19

0682/LE

REPOUSO

 

Quem trabalha deve obedecer aos limites que a natureza impõe ao esforço. O corpo precisa de descanso para recuperar as energias perdidas.

Compete ao homem analisar sua capacidade, e as próprias leis da Terra se inspiraram nesses limites, dividindo as vinte e quatro horas em três aspectos: trabalho, lazer e descanso. Quem desejar sair dessa disciplina pagará caro, desequilibrando a sua saúde. Precisamos ficar atentos ao egoísmo e à usura, para que não caiamos nas tentações e venhamos a sofrer as más conseqüências.

A filosofia do trabalho é divina, a do lazer é grandiosa e a do descanso pelo sono é uma necessidade, para que as criaturas possam ter mais alegria e esperança de viver. A sociedade atual, com as suas sofisticações, por vezes se esquece do mandamento que veio da época de Moisés, do dever dos filhos para com os pais, e desses para com os filhos. Muitas famílias esquecem os seus esteios familiares, às vezes colocando-os à distância, para ficarem livres do que eles acham ser aborrecimentos, esquecendo o dever firmado na consciência.

A natureza marca para todos o limite do trabalho, contudo, não podemos nos esquecer de trabalhar no que ela pede do nosso esforço a cada dia. O velhinho de cabelos brancos que passa na rua pede nossa cooperação; e qual a diferença dele para com o nosso pai? As vidas sucessivas podem nos dizer que ele já foi nosso tutor em outra época. Quem se interessa pelos seus pais de sangue, estende esse interesse para todos os outros pais, mesmo que lhe sejam desconhecidos. Os asilos são organizados para os que passam pela provação de não terem um lar. As creches espalhadas pela nação afora, igualmente têm a missão de amparar aos órfãos. Se podemos ajudar essas casas de caridade, façamo-lo com carinho, sem esquecer nossa visita periódica.

Tanto a inércia como o trabalho com exagero nos fazem mal, nos dois planos de vida. Cuidado com os extremos! É onde prolifera o vírus do desequilíbrio. Devemos anotar e não esquecer o que nos diz o apóstolo Pedro, em sua primeira epístola, no capítulo cinco, versículo oito:

Sede sóbrios e vigilantes.

O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como o leão que ruge procurando alguém para devorar.

O diabo, que podemos entender neste dizer de Pedro, são os Espíritos ainda ignorantes, e a ignorância está, de certo modo, ligada à preguiça, por desconhecer o valor do trabalho. Quanto mais pensarmos nas facilidades, mais atraímos entidades deste jaez, que nos inspiram nos dois planos de vida para todos os tipos de desequilíbrios.

Nos intervalos dos nossos pensamentos, os Espíritos menos esclarecidos transmitem vibrações dos seus desejos. Os pensamentos são portas que se abrem para o bem e para o mal, dependendo dos nossos sentimentos, nas suas qualidades inerentes à nossa evolução. No entanto, a razão pode nos defender, se ela estiver atenta, vigilante contra a emboscada das trevas. O Espiritismo nos informa desses perigos, bem como nos fornece meios e armas de lutar contra eles com sabedoria, mudando a nossa conduta como nos deu exemplo Nosso Senhor Jesus Cristo.

Nós somos o que buscamos, pelos pensamentos, palavras e atos. Se usamos a inteligência vinculada ao coração, passaremos a buscar com Jesus as companhias iluminadas, onde a verdade é a luz que nos tornará livres.

Devemos saber o limite tanto do trabalho como do lazer e, por conseguinte, do descanso, nas linhas do sono reparador.

 

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