FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 680 comentada

CAPÍTULO 17

0680/LE

INUTILIDADE DA EXISTÊNCIA

 

Inutilidade; não existe esta palavra no dicionário divino. Ninguém é inútil para trabalhar; alguém pode não fazer o serviço que desejava realizar, no entanto, como o trabalho se estende em ramificações diversas, as lides são muitas e pode escolher aquela que as suas forças têm a capacidade de realizar.

O homem inteligente, principalmente o espiritualista, sabe disso, e ainda que esteja preso a um leito, pode usar a palavra em auxílio dos que vêm visitá-lo e que, às vezes, estão carregados de problemas e com as suas mentes tisnadas de infortúnios.

Muitos dos visitantes aos enfermos são mais doentes espiritualmente, entretanto, conhecendo o valor da caridade, aliviam-se com esse gesto de amor. Quantos companheiros que, visitando enfermos, saem mais beneficiados! Quando não se pode falar, os olhos são mensagens para os que entendem e sentem o amor. A própria tolerância, quando o doente não reclama, um gesto de alegria, tudo isso são trabalhos de alta profundidade para os que sofrem.

A condenação da consciência é para aquele que voluntariamente deseja ficar parado e não presta serviço, mesmo estando são. Todavia, ninguém poderá ficar muito tempo nesse estado, e com o passar do tempo, procura fazer alguma coisa, sendo que o melhor é o bem. Não se mede o bem por volume de ofertas, mas sim, pelos sentimentos que move o companheiro nesse exercício.

Lembremo-nos da oferta da viúva, colocando no gazofilácio duas pequenas moedas, tudo o que ela tinha, enquanto muitos ricos faziam tilintar o aparelho, vaidosos na satisfação de ostentar. Deus julga pelos sentimentos e não pela quantidade que é doada. Às vezes, um simples sorriso vale mais que grande oferta material, mas se se pode dar os dois, muito melhor.

Não nos esqueçamos que o amor pode irradiar-se em tudo o que ofertamos, quando este gesto de fraternidade é acompanhado do carinho. Façamos a caridade que o coração indicar; se desejamos aperfeiçoar nossos sentimentos e não pararmos de buscar a Deus, tudo virá ao nosso encontro, como o Senhor o quer, para a nossa felicidade e a glória do bem.

Desejamos que cada um seja útil, conforme o seu dom de servir: aquilo que pensa, que procure fazer com amor; quando falar, que não saia dessa linha; se escrever,que se lembre sempre da vida de Jesus, nos conceitos que expressa no papel. Façamos da nossa vida uma vida de amor, que ele nos salvará de todos os males, por ter o condão de harmonizar a nossa mente e o nosso coração.

Se ninguém é inútil na vida, o que fazemos da nossa? Pensemos em Deus e trabalhemos para a paz de todos; pensemos em Jesus e amemos a todos como a nós mesmos, que o nosso mundo exterior se transformará em paraíso de luz, por esplendermos o Cristo interno, que pode nascer em nosso coração de filhos de Deus.

Sede mutuamente hospitaleiros, sem murmuração, (l Pedro, 4:9)

Vejamos uma utilidade, quando o apóstolo nos convida a trabalhar; não exige nem mesmo esforço físico, mas somente que sejamos hospitaleiros, mas, ele acrescenta: sem murmuração. Esse é um trabalho maravilhoso para a alma, ajudar sem desejar que os outros saibam dessa caridade.

Devemos procurar sempre mais oportunidades de servir sem murmuração, que a resposta de Deus virá ao nosso encontro, por acréscimo de misericórdia. O trabalho honesto é a luz da vida.

 

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