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INUTILIDADE DA EXISTÊNCIA
Inutilidade; não existe esta palavra no dicionário divino. Ninguém é
inútil para trabalhar; alguém pode não fazer o serviço que desejava
realizar, no entanto, como o trabalho se estende em ramificações diversas,
as lides são muitas e pode escolher aquela que as suas forças têm a
capacidade de realizar.
O homem inteligente, principalmente o espiritualista, sabe disso, e ainda
que esteja preso a um leito, pode usar a palavra em auxílio dos que vêm
visitá-lo e que, às vezes, estão carregados de problemas e com as suas
mentes tisnadas de infortúnios.
Muitos dos visitantes aos enfermos são mais doentes espiritualmente,
entretanto, conhecendo o valor da caridade, aliviam-se com esse gesto de
amor. Quantos companheiros que, visitando enfermos, saem mais
beneficiados! Quando não se pode falar, os olhos são mensagens para os que
entendem e sentem o amor. A própria tolerância, quando o doente não
reclama, um gesto de alegria, tudo isso são trabalhos de alta profundidade
para os que sofrem.
A condenação da consciência é para aquele que voluntariamente deseja ficar
parado e não presta serviço, mesmo estando são. Todavia, ninguém poderá
ficar muito tempo nesse estado, e com o passar do tempo, procura fazer
alguma coisa, sendo que o melhor é o bem. Não se mede o bem por volume de
ofertas, mas sim, pelos sentimentos que move o companheiro nesse
exercício.
Lembremo-nos da oferta da viúva, colocando no gazofilácio duas pequenas
moedas, tudo o que ela tinha, enquanto muitos ricos faziam tilintar o
aparelho, vaidosos na satisfação de ostentar. Deus julga pelos sentimentos
e não pela quantidade que é doada. Às vezes, um simples sorriso vale mais
que grande oferta material, mas se se pode dar os dois, muito melhor.
Não nos esqueçamos que o amor pode irradiar-se em tudo o que ofertamos,
quando este gesto de fraternidade é acompanhado do carinho. Façamos a
caridade que o coração indicar; se desejamos aperfeiçoar nossos
sentimentos e não pararmos de buscar a Deus, tudo virá ao nosso encontro,
como o Senhor o quer, para a nossa felicidade e a glória do bem.
Desejamos que cada um seja útil, conforme o seu dom de servir: aquilo que
pensa, que procure fazer com amor; quando falar, que não saia dessa linha;
se escrever,que se lembre sempre da vida de Jesus, nos conceitos que
expressa no papel. Façamos da nossa vida uma vida de amor, que ele nos
salvará de todos os males, por ter o condão de harmonizar a nossa mente e
o nosso coração.
Se ninguém é inútil na vida, o que fazemos da nossa? Pensemos em Deus e
trabalhemos para a paz de todos; pensemos em Jesus e amemos a todos como a
nós mesmos, que o nosso mundo exterior se transformará em paraíso de luz,
por esplendermos o Cristo interno, que pode nascer em nosso coração de
filhos de Deus.
Sede mutuamente hospitaleiros, sem murmuração, (l Pedro, 4:9)
Vejamos uma utilidade, quando o apóstolo nos convida a trabalhar; não
exige nem mesmo esforço físico, mas somente que sejamos hospitaleiros,
mas, ele acrescenta: sem murmuração. Esse é um trabalho maravilhoso para a
alma, ajudar sem desejar que os outros saibam dessa caridade.
Devemos procurar sempre mais oportunidades de servir sem murmuração, que a
resposta de Deus virá ao nosso encontro, por acréscimo de misericórdia. O
trabalho honesto é a luz da vida.
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