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ISENÇÃO DA LEI
Ninguém se encontra isento da lei do trabalho, pois, se ele se multiplica
ao infinito, Deus não iria deixar de aplicar a Sua lei a todas as
criaturas, somente por que algumas delas possuem bens materiais. Essas,
por vezes, trabalham mais do que as que não possuem riqueza, pois têm
maiores preocupações pelo dever de vigiar o que possuem e por cuidar de
multiplicar o que Deus colocou em suas mãos. Lembremo-nos dos talentos
citados na parábola evangélica, e o dever de serem eles multiplicados
pelos que os receberem. Se não há necessidade de se operar em duros
trabalhos, onde o esforço físico deve ser ativado, o esforço mental
ocupa-se com mais atividades. O físico recupera-se com mais facilidade que
o desgaste mental; por conseguinte, esse último se expressa como sendo
labor mais profundo e mais cansativo.
Quanto mais cresce a alma, mais obrigações a sua consciência lhe impõe. O
político não pega na enxada, nem dirige um arado na lavoura, nem sempre
dirige seu próprio carro, e não lhe sobra tempo para andar nas ruas
admirando as coisas e pessoas. Não entrega suas mãos à vassoura na limpeza
pública, contudo,o trabalho mental que exercita nas tribunas e na
composição de leis, lutando contra a oposição, pode somar mais desgastes
do que os esforços dos homens musculosos que executam pesadas tarefas na
agricultura, na pecuária e na construção civil. O trabalho do escritor é
bem diferente do exercido pelo homem do campo; é um trabalho que requer
mais a inteligência, desenvolvendo o pensamento e muitas vezes, ajudando
aos que trabalham em duros labores, como os que já citamos.
Tornamos a dizer: ninguém é isento da lei do trabalho, lei universal para
todas as criaturas, em todos os mundos, quer sejam materiais ou
espirituais. Cumpre a todos trabalhar, porque Deus não pára e Jesus opera
sempre. Observemos que tudo no mundo se movimenta, das células aos órgãos,
e destes ao soma, o complexo humano constitui um fulcro de movimentos
constantes, buscando aprimoramento.
Mostra-nos as experiências que a inteligência disciplinada, em que a razão
se expressa,deve escolher as modalidades de trabalhos que deve fazer,
porque as lidas bem orientadas são sementes do amor, onde floresce a paz.
Ora, quem vos há de maltratar, se fordes zelosos no que é bom? (l
Pedro, 3:13)
É de bom alvitre que devemos ter zelo pelo que é bom, para que possamos
receber segundo o que ofertamos. Esse é o melhor trabalho, aquele que
busca a harmonia que podes alcançar pelo pensar, falar e viver.
O homem que se isenta do trabalho por ter bens materiais com abundância,
nos dias de hoje está sujeito a perder o que possui. Os desequilíbrios
financeiros são chamados para que os ricos trabalhem mais, e para que os
pobres reconheçam que todos sofrem a mesma pressão da vida, para o
despertamento dos bens espirituais que existem em todas as criaturas.
Tudo que o homem precisa existe com abundância em todos os lugares do
mundo. A carência que se expressa com evidência nos países, é a falta de
amor que não custa dinheiro, é a falta de Cristo no coração dos homens.
Quando o Evangelho fizer parte das cartas-magnas de todos os países, e os
homens colocarem em prática todos os conceitos ensinados e vividos pelo
Mestre, passarão a viver no paraíso. Aquele que se encontra por enquanto
perdido, guiado pelos cegos, logo que receber o toque de Jesus, passará a
vê-Lo e encontrará o céu dentro de si mesmo, com toda a esperança de
viver.
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