FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 678 comentada

CAPÍTULO 15

0678/LE

EM MUNDOS SUPERIORES

 

Fugir do trabalho é isentar-se dos meios pelos quais vêm os ensinamentos espirituais. Trabalhar é viver; tudo no mundo se agita, em se formando belezas imortais.

A lida para a humanidade é de acordo com as suas necessidades de despertamento. Nos mundos superiores, certamente que o labor é relativo às suas necessidades. O trabalho obedece ao progresso das criaturas de Deus e, mesmo que queira, o Espírito jamais deixará de trabalhar; até os seus corpos, em todas as faixas que lhes compete existir, estão em pleno movimento, clarificando cada vez mais o roteiro do seu senhor, que é a alma que os ocupa.

Sendo o Espírito criação de Deus, como concebê-lo na sua estrutura mais íntima sem movimento divino? Deus é luz, e luz é dinamismo estuante que se irradia em todas as direções, dando e levando vida para todos os lados. O Espírito foi criado simples e ignorante, e como tal carece, pelo trabalho e pelas vidas sucessivas, de despertar para viver melhor.

Quem está em estado de sono, se encontra inativo até certo ponto, mas não sem movimento; mesmo quando nesse estado, a alma trabalha e os corpos se movem. Notamos nos Espíritos primitivos certa lentidão, mas nunca paralisação. Quanto mais inferior o Espírito, mais lentos são seus movimentos; quanto mais evolui, mais acelerado o seu dinamismo, buscando harmonia.

O que não observamos com os sentidos físicos é o que se expressa com mais velocidade na sua intimidade. Vejamos bem o éter cósmico, esse hálito de Deus, como podemos chamá-lo, essa luz cósmica cuja velocidade ainda não pode ser medida, por ultrapassar o próprio pensamento dos Espíritos, por ser o pensamento de Deus que a tudo interpenetra, e que Ele mesmo criou por amor: esse fluido divino é o amor do Todo Poderoso, que tem o poder de se transformar pela força que lhe emprestam os sentimentos, e esse é o trabalho dos agentes do Senhor, na transformação dessas bênçãos, criando mundos e sóis, como sendo os co-criadores das belezas do universo. Contudo, somente Deus dirige a tudo com sabedoria, porque a harmonia total está n'Ele, e somente n'Ele.

O maior dom da vida humana e do Espírito é o pensamento, cuja força manejada com amor faz prodígios. Estamos na época da florescência da mente; procuremos, pois, estudar nossas forças, mas, acima de tudo procuremos empregá-la, como Jesus nos dá exemplo.

Tudo é trabalho; não devemos querer trabalhar fora das nossas possibilidades de operação, nem remontar à retaguarda. Se nos mundos superiores o trabalho é feito em relação à evolução das almas ali estagiadas, ele deve., nesses mundos, prosseguir no ritmo que o progresso traçou. Não obstante, nos mundos inferiores, onde as provas são duras para as almas, o trabalho é mais grosseiro, mas deve ser encarado como dever.

Existem estâncias divinas em que os Espíritos suprem todas as suas necessidades pela força do pensamento, e Jesus deu prova disso multiplicando pães e peixes, transformando água em vinho e, simplesmente com um toque das Suas mãos, curando os enfermos. Quando Ele acionava seu verbo, levantava caídos e fazia voltar as almas aos corpos.

A lei do trabalho é a mesma em todos os mundos habitados, contudo, os modos de operação são diversos, de acordo com as necessidades dos Espíritos. Essa é a justiça de Deus, mostrando o Seu amor em toda parte. Compreendamos, pois, que devemos estudar as leis de Deus na profundidade que nos cabe aprender.

Discutir sobre quem está certo é perda de tempo, dentro do tempo que nos chama à compreensão; trocar idéias com carinho é função da alma que deseja elevar-se acima da ignorância.

O trabalho é Deus nos chamando a servir.

 

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