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EM MUNDOS SUPERIORES
Fugir do trabalho é isentar-se dos meios pelos quais vêm os ensinamentos
espirituais. Trabalhar é viver; tudo no mundo se agita, em se formando
belezas imortais.
A lida para a humanidade é de acordo com as suas necessidades de
despertamento. Nos mundos superiores, certamente que o labor é relativo às
suas necessidades. O trabalho obedece ao progresso das criaturas de Deus
e, mesmo que queira, o Espírito jamais deixará de trabalhar; até os seus
corpos, em todas as faixas que lhes compete existir, estão em pleno
movimento, clarificando cada vez mais o roteiro do seu senhor, que é a
alma que os ocupa.
Sendo o Espírito criação de Deus, como concebê-lo na sua estrutura mais
íntima sem movimento divino? Deus é luz, e luz é dinamismo estuante que se
irradia em todas as direções, dando e levando vida para todos os lados. O
Espírito foi criado simples e ignorante, e como tal carece, pelo trabalho
e pelas vidas sucessivas, de despertar para viver melhor.
Quem está em estado de sono, se encontra inativo até certo ponto, mas não
sem movimento; mesmo quando nesse estado, a alma trabalha e os corpos se
movem. Notamos nos Espíritos primitivos certa lentidão, mas nunca
paralisação. Quanto mais inferior o Espírito, mais lentos são seus
movimentos; quanto mais evolui, mais acelerado o seu dinamismo, buscando
harmonia.
O que não observamos com os sentidos físicos é o que se expressa com mais
velocidade na sua intimidade. Vejamos bem o éter cósmico, esse hálito de
Deus, como podemos chamá-lo, essa luz cósmica cuja velocidade ainda não
pode ser medida, por ultrapassar o próprio pensamento dos Espíritos, por
ser o pensamento de Deus que a tudo interpenetra, e que Ele mesmo criou
por amor: esse fluido divino é o amor do Todo Poderoso, que tem o poder de
se transformar pela força que lhe emprestam os sentimentos, e esse é o
trabalho dos agentes do Senhor, na transformação dessas bênçãos, criando
mundos e sóis, como sendo os co-criadores das belezas do universo.
Contudo, somente Deus dirige a tudo com sabedoria, porque a harmonia total
está n'Ele, e somente n'Ele.
O maior dom da vida humana e do Espírito é o pensamento, cuja força
manejada com amor faz prodígios. Estamos na época da florescência da
mente; procuremos, pois, estudar nossas forças, mas, acima de tudo
procuremos empregá-la, como Jesus nos dá exemplo.
Tudo é trabalho; não devemos querer trabalhar fora das nossas
possibilidades de operação, nem remontar à retaguarda. Se nos mundos
superiores o trabalho é feito em relação à evolução das almas ali
estagiadas, ele deve., nesses mundos, prosseguir no ritmo que o progresso
traçou. Não obstante, nos mundos inferiores, onde as provas são duras para
as almas, o trabalho é mais grosseiro, mas deve ser encarado como dever.
Existem estâncias divinas em que os Espíritos suprem todas as suas
necessidades pela força do pensamento, e Jesus deu prova disso
multiplicando pães e peixes, transformando água em vinho e, simplesmente
com um toque das Suas mãos, curando os enfermos. Quando Ele acionava seu
verbo, levantava caídos e fazia voltar as almas aos corpos.
A lei do trabalho é a mesma em todos os mundos habitados, contudo, os
modos de operação são diversos, de acordo com as necessidades dos
Espíritos. Essa é a justiça de Deus, mostrando o Seu amor em toda parte.
Compreendamos, pois, que devemos estudar as leis de Deus na profundidade
que nos cabe aprender.
Discutir sobre quem está certo é perda de tempo, dentro do tempo que nos
chama à compreensão; trocar idéias com carinho é função da alma que deseja
elevar-se acima da ignorância.
O trabalho é Deus nos chamando a servir.
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