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TRABALHO, LEI DA NATUREZA
O trabalho, sendo lei da natureza, constitui uma necessidade de todos os
povos, sendo o sustentáculo de todas as civilizações do mundo. Cumpre a
todas as criaturas terem essa obrigação de trabalhar para viver de que os
três reinos da natureza dão exemplo de labor constante. O próprio corpo
humano, essa máquina divina em todas as suas particularidades, é exemplo
nobre de movimentos rítmicos, operando em seu conjunto o despertamento de
novas forças que buscam o mais além.
A ciência, nos dias que correm, nos mostra que nada existe inerte; tudo se
movimenta, tudo trabalha por ordem d'Aquele que a tudo criou, desde a
força interatômica, até as constelações; desde os seres rastejantes na
Terra até os anjos dos céus. Todos têm obrigação de laborar, como
co-criadores de novos ambientes, juntamente com a força do progresso
estabelecido por Deus.
Convém que todas as criaturas não se esqueçam dessa lei maravilhosa que é
a lei do trabalho com amor. O homem não deve somente visar aos interesses
passageiros, mas sentir e se esforçar para cumprir seus deveres,
favorecendo toda a humanidade. Se desejamos trabalhar, façamo-lo com
alegria, sem esquecermos a perfeição e o amor. A felicidade em nossos
caminhos exige que trabalhemos constantemente.
Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, porque
digno é o trabalhador do seu salário. Não andeis a mudar de casa em casa.
(Lucas, 10:7)
Jesus, quando enviou os setenta companheiros de dois em dois, para
anunciarem a Boa Nova do Reino de Deus, pediu-lhes para permanecerem nos
lugares determinados, falando e vivendo os preceitos do Evangelho. Esse
era um trabalho divino, e que não ficassem andando de casa em casa,
permanecendo no lugar indicado até que fossem conhecidos os fundamentos da
mensagem de Deus.
O trabalho não deve se fixar somente nas coisas materiais, mas se estender
em todas as direções daquilo que o homem sabe ou precisa saber. Pensar é
trabalho, e saber pensar é de ordem divina; falar é trabalho, e saber
falar é de grande valor espiritual. Enfim, tudo o que existe pode ser alvo
de trabalho, mas nem tudo nos serve para operar. Usemos a inteligência em
conexão com a consciência, e escutemos o que ela determina no clima de
Jesus Cristo, para que possamos fazer bem o nosso trabalho.
A civilização, mostrando-se nas leis dos homens, multiplica-lhes o
trabalho, pelo seu crescimento, ao ver as suas necessidades e os gozos que
o mundo oferece.
Quem rejeita o trabalho que as leis da Terra exigem, está se
marginalizando e ficando fora da lei da natureza. Mesmo quem já se
encontra fora das leis dos homens, sem trabalhar para sobreviver, que
ajude a quem precisa, e que são muitos, velhos, crianças e doentes, pois
esse é um trabalho com Deus, sob a direção de Jesus. Assim, ele virá a ser
digno do salário espiritual, e quando voltar para a prática espiritual,
poderá estar à direita do Senhor. A direita a que nos referimos é a
consciência reta e tranqüila pelo dever cumprido.
Não se pode viver somente para si; é preciso que seja eliminado o egoísmo
das atividades humanas, pois ele é a cerca que divide os dois mundos. Pára
que se tenha a passagem livre, necessário se faz que se envolva, em toda a
sua vida, com a força benfeitora da caridade. Necessário é libertar-se com
ela, para que o amor acenda no coração a luz da vida.
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