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SACRIFÍCIOS HUMANOS
Os sacrifícios humanos, nos primórdios da civilização, tiveram a sua
origem na necessidade e na ignorância dos homens, em seu empenho em
agradar às divindades, o que caracterizou a aceitação de sua dependência a
algo superior a eles. Acreditavam nos deuses sem submeter a exame o que
eles diziam, pondo de lado o raciocínio, e assim como ouviam, assim
praticavam. É certo que, em muitos casos, influíram na interferência de
Espíritos ligados a paixões inferiores.
Já no que tange ao Espiritismo, as comunicações foram submetidas ao exame
rigoroso, e muitas das mensagens recebidas pelos médiuns na época da
codificação foram para a cesta de rascunhos, abandonadas como lixo
imprestável. Sempre existiram os falsos profetas junto aos verdadeiros.
Um dos deuses, chamado Moloc, exigia carne humana para resolver os
problemas materiais dos homens que serviam de instrumentos para a sua
presença; depois passaram para sacrifícios de animais, ato impudico que
até hoje, no século vinte, acontece, expressando a barbaridade de uma
civilização. Depois que a razão começou a dominar os instintos inferiores
das criaturas, foram diminuindo esses feitos que envergonham as
consciências dos que alimentavam a idéia de sacrifício, e quando este
chegava apontando um ente querido seu, ele começava a se revoltar e se
desfazer das suas idéias maquiavélicas.
A humanidade cresce e, pela lei, devem crescer com ela os seus hábitos. O
homem do terceiro milênio deve ser um homem novo, nascido do velho, que se
esquecerá de sua própria história, pela sua renovação de propósitos. Deus
realmente não quer sacrifícios, mas aceitou-os para que os homens
compreendessem mais tarde que não deveriam proceder assim.
O instinto do homem é matar para sobreviver, é tomar de outrem para seu
bem-estar, é, enfim, a manifestação do egoísmo e do orgulho em todos os
lados da evolução humana. Quanto mais o país se diz civilizado, mais vive
à custa dos sacrifícios dos subdesenvolvidos. E por isso Jesus veio ao
cenário da Terra: para educar todos os .povos, porque o ser humano educado
obedece às leis de Deus na sua pureza espiritual. Foi entregue ao
Espiritismo a missão de educar a criatura, no sentido de que quando ela
recebe a instrução, a utilize somente para o bem das criaturas.
"O céu", disse Jesus, "está dentro de vós", e realmente ele se encontra no
coração das pessoas; basta que a vontade de melhorar seja acionada, para
que isso se exteriorize, e para tanto, a natureza pede esforço próprio.
Desde quando já recebemos a razão e a inteligência, é para que nos
sirvamos delas no serviço de disciplina dos nossos impulsos inferiores. A
parte que nos cabe deveremos f aze-Ia para o nosso próprio bem e da
humanidade inteira.
Os sacrifícios dos animais precederam aos sacrifícios humanos, e de novo
eles desejam voltar, como pena de morte, e morte de todos os tipos, como
se este tipo de punição fosse agradável a Deus. Se todos somos irmãos em
Jesus Cristo, matar para que, se ninguém morre? Se Jesus fosse ver esse
modo de pensar, não viria à Terra, mas, o que O trouxe aqui foi o Seu amor
pelos que sofrem Ele não mandou matar os encarcerados e, sim, visitá-los,
levando-lhes a esperança da vida e fazendo-os crer na lei de amor para
todas as criaturas.
Estamos na época de sacrificar nossas paixões inferiores, dando lugar,
assim, à fraternidade. Somente desta maneira surgirão novas terras e novos
céus, onde tudo poderá existir com abundância.
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