FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 668 comentada

CAPÍTULO 05

0668/LE

PLURALIDADE DOS DEUSES

 

Não podemos negar que a crença nos deuses era um caminho para que o povo pudesse encontrar um só Deus, verdadeiro e justo. Como acreditar na unidade de Deus sem os meios lícitos e lógicos? Quem iria facultar esse entendimento seria o próprio Criador, cujos emissários se manifestaram por intermédio de Moisés, como se fossem a voz de Deus.

Quanto mais a criatura cresce em Espírito, mais vai sabendo de onde veio e para onde vai; no entanto, ainda há muitos segredos que ainda não foram revelados, por não ter chegado a hora. Devemos esperar trabalhando e sentindo a Vida Maior na nossa vida. As religiões se sucedem, cada uma trazendo meios para convencer a humanidade sobre a paternidade do Deus único e soberano.

Para se conhecer Deus com maior interesse, com mais minuciosidade, o caminho é começarmos a estudar nós mesmos. Qual dos homens conhece o mecanismo do corpo físico na sua integral postura como foi criado pela Divindade? E os outros corpos que o Espírito usa na sua jornada evolutiva? E o Espírito? Se ainda não passamos por esses caminhos de conhecimento, como pretendemos conhecer a Deus? Se queremos saber, na profundidade, quem é Deus, receberemos a mesma resposta de sempre:

Deus é Espírito,

Deus é amor,

Deus é luz.

Deus está em tudo

e tudo se move por Seu intermédio.

Deus é o Sol da vida.

Tudo está certo, na pauta da vida. Foi pela crença nos deuses que o homem passou a crer no invisível; foi quando esses deuses ficaram visíveis para os homens que eles descobriram que ninguém morre, e muitas coisas existem que a humanidade, depois do preparo, vai descobrir.

Somente sabe tudo, quem tudo fez. Somente Deus conhece a Si mesmo, na sua totalidade. A Doutrina dos Espíritos surgiu no mundo para dar a conhecer, nas claridades da sua sinceridade, certas leis que as outras religiões não conhecem ou não puderam revelar. Os caminhos estão abertos para tais conhecimentos, onde o impulso de perguntar encontre mais respostas, e satisfaça a curiosidade, aprendendo mais alguma letra depois do alfabeto da vida.

Há muitos que julgam a Deus, achando que Ele deveria ser desta ou aquela forma, sem, contudo, atinar na profundidade das mesmas leis criadas por Ele, leis de amor e misericórdia. Tudo está certo; o que está errado é o julgamento apressado das coisas que se desconhecem.

Procuremos meditar na vida, que o mundo espiritual não nos deixará sem apoio. Ele abre as portas do entendimento e sacia a fome dos que oram com sinceridade, buscando o alimento espiritual.

O povo, em geral, gosta das coisas fáceis, onde não existe esforço próprio; isso é um mal dos Espíritos rodeados de paixões inferiores. As próprias interpretações do Evangelho sofrem influência dos homens desse tipo. Vejamos o que Marcos anotou no capítulo treze, versículo vinte e seis:

Então verão o filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e glória.

Quantas religiões ainda estão esperando Jesus voltar sobre as nuvens, com a Sua comitiva celestial, para levar os que O aceitaram, do modo que o fanatismo interpreta essa aceitação? Para elas, não existe esforço; basta crer. É a fé sem obras, e esses enganam a si mesmos. A volta do Cristo referida pelo Evangelho se dará nos céus da consciência, e nas nuvens das boas obras. O Mestre não voltará de uma só vez para toda a humanidade; a Sua volta, desta vez, é em particular, no silêncio de cada alma.

 

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