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POLITEÍSMO
O homem primitivo, em épocas recuadas, não tinha condições de aceitar a
crença em um Deus único. Mas, Deus, sábio e soberano, deixou que os homens
primitivos acreditassem na doutrina politeísta, para depois enviar uma
seqüência de revelações para incorporar os princípios da verdade, vindo a
se revelar pelos Seus enviados, solidificando-se em um Deus único, por
Moisés.
A concepção dos deuses se espalhou por toda parte, mostrando aos homens
que tudo era assistido por deuses específicos, na modalidade dos seus
interesses para a paz de todos. Por vezes, esses deuses entravam em guerra
e estimulavam a luta pelos direitos que os homens julgavam possuir.
Moisés foi um instrumento ímpar nessa divulgação; ele derrubou os deuses
mesmo que isso custasse, como ocorreu, muitas vidas.
O Espírito ganhou um corpo humano, na sua simplicidade e ignorância, e
dessa forma, não poderia ainda crer em um Deus único. O próprio Criador
foi quem inspirou os Seus enviados para dividirem o Seu reino com muitos
deuses. Mas, como a verdade na Terra é relativa, cabem mudanças nas
operações espirituais, e é nesse campo de trabalho que a verdade veste
formas diferentes para atender a todos. Até nos dias de hoje podemos notar
que Deus permitiu que os homens preguem certas religiões com traços de
primitividade, interpretando o Livro Sagrado ao pé da letra. Por que?
Porque ainda existem Espíritos encarnados, e mesmo desencarnados, que
somente aceitam assim, pela expressão da sua altura espiritual. Tudo é
dado de acordo com a evolução das almas.
Podemos observar que logo que a Doutrina Espírita afirmou de um modo claro
que a reencarnação é lei natural, em todo o mundo teve início um combate
cerrado contra essa verdade, pelas falsas idéias que os seus profitentes
tinham assimilado em outras eras. Mas, como a verdade não precisa de
defesa dos homens, hoje os próprios antagonistas já se encontram em dúvida
sobre a reencarnação, pela sua maturidade espiritual.
Muitas religiões que têm suas raízes em um passado distante, se não
mudaram pela força do progresso, deverão caducar e desaparecer. Como
exemplo, observemos o politeísmo: ele somente tem alguma sustentação nos
seus velhos componentes e nas religiões que receberam seus enxertos. Mas,
as demais, aceitam somente um Deus, único e verdadeiro.
Aos judeus devemos essa segurança doutrinária de uma só luz que comanda
todas as outras. Os chamados deuses não morreram; eles são os agentes do
verdadeiro Deus, que por eles opera em todos os lugares da criação.
Não pensemos que o homem atual, e mesmo os espiritualistas, já dominam
toda a verdade. Não, eles estão longe de saber mais à frente, coisas que
somente os Espíritos sublimados conhecem. Somente o tempo e o estudo
trarão o conhecimento, porque a maturidade fornece meios para que o homem
possa suportar mais luz em seus caminhos.
Até mesmo no meio dos espiritistas existem os conservadores, que não
desejam sair do começo doutrinário, sendo que a Doutrina é progressiva e
progressista, e a razão nos fala que deve ser assim.
Se a verdade é relativa, o que se deve pensar sobre o que já se conhece?
Oremos, meditemos e estudemos, para que possamos assimilar mais verdades
espirituais, que se encontram escondidas nas dobras do tempo. A perfeição
para o homem custa muito caro, milênios que sucedem milênios, bilhões de
anos que sucedem bilhões de anos, na contagem humana, e mesmo assim, ainda
lhes sobra tempo para dizer: - Quero aprender mais.
O aprendizado, na verdade, é infinito, ante o nosso Deus único que sabe
tudo, e o progresso não o atinge, porque foi Ele quem o fez.
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