FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 667 comentada

CAPÍTULO 04

0667/LE

POLITEÍSMO

 

O homem primitivo, em épocas recuadas, não tinha condições de aceitar a crença em um Deus único. Mas, Deus, sábio e soberano, deixou que os homens primitivos acreditassem na doutrina politeísta, para depois enviar uma seqüência de revelações para incorporar os princípios da verdade, vindo a se revelar pelos Seus enviados, solidificando-se em um Deus único, por Moisés.

A concepção dos deuses se espalhou por toda parte, mostrando aos homens que tudo era assistido por deuses específicos, na modalidade dos seus interesses para a paz de todos. Por vezes, esses deuses entravam em guerra e estimulavam a luta pelos direitos que os homens julgavam possuir.

Moisés foi um instrumento ímpar nessa divulgação; ele derrubou os deuses mesmo que isso custasse, como ocorreu, muitas vidas.

O Espírito ganhou um corpo humano, na sua simplicidade e ignorância, e dessa forma, não poderia ainda crer em um Deus único. O próprio Criador foi quem inspirou os Seus enviados para dividirem o Seu reino com muitos deuses. Mas, como a verdade na Terra é relativa, cabem mudanças nas operações espirituais, e é nesse campo de trabalho que a verdade veste formas diferentes para atender a todos. Até nos dias de hoje podemos notar que Deus permitiu que os homens preguem certas religiões com traços de primitividade, interpretando o Livro Sagrado ao pé da letra. Por que? Porque ainda existem Espíritos encarnados, e mesmo desencarnados, que somente aceitam assim, pela expressão da sua altura espiritual. Tudo é dado de acordo com a evolução das almas.

Podemos observar que logo que a Doutrina Espírita afirmou de um modo claro que a reencarnação é lei natural, em todo o mundo teve início um combate cerrado contra essa verdade, pelas falsas idéias que os seus profitentes tinham assimilado em outras eras. Mas, como a verdade não precisa de defesa dos homens, hoje os próprios antagonistas já se encontram em dúvida sobre a reencarnação, pela sua maturidade espiritual.

Muitas religiões que têm suas raízes em um passado distante, se não mudaram pela força do progresso, deverão caducar e desaparecer. Como exemplo, observemos o politeísmo: ele somente tem alguma sustentação nos seus velhos componentes e nas religiões que receberam seus enxertos. Mas, as demais, aceitam somente um Deus, único e verdadeiro.

Aos judeus devemos essa segurança doutrinária de uma só luz que comanda todas as outras. Os chamados deuses não morreram; eles são os agentes do verdadeiro Deus, que por eles opera em todos os lugares da criação.

Não pensemos que o homem atual, e mesmo os espiritualistas, já dominam toda a verdade. Não, eles estão longe de saber mais à frente, coisas que somente os Espíritos sublimados conhecem. Somente o tempo e o estudo trarão o conhecimento, porque a maturidade fornece meios para que o homem possa suportar mais luz em seus caminhos.

Até mesmo no meio dos espiritistas existem os conservadores, que não desejam sair do começo doutrinário, sendo que a Doutrina é progressiva e progressista, e a razão nos fala que deve ser assim.

Se a verdade é relativa, o que se deve pensar sobre o que já se conhece? Oremos, meditemos e estudemos, para que possamos assimilar mais verdades espirituais, que se encontram escondidas nas dobras do tempo. A perfeição para o homem custa muito caro, milênios que sucedem milênios, bilhões de anos que sucedem bilhões de anos, na contagem humana, e mesmo assim, ainda lhes sobra tempo para dizer: - Quero aprender mais.

O aprendizado, na verdade, é infinito, ante o nosso Deus único que sabe tudo, e o progresso não o atinge, porque foi Ele quem o fez.

 

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