FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIV

 

Questão 664 comentada

CAPÍTULO 01

0664/LE

ORAR PELOS MORTOS

 

Devemos sempre orar pelos Espíritos desencarnados, principalmente pelos sofredores que ignoram a bondade de Deus. Mesmo que seja uma alma devedora em todas as circunstâncias, violenta em todas as suas atividades, devemos a ela um gesto cristão, oferecendo as nossas orações, o nosso carinho, para que possa modificar suas intenções e despertar em seu coração o interesse de ser útil aos que sofrem igualmente. Não é perda de tempo, como alguns pensam, e certas filosofias ensinam; é dever do homem de bem orar pelos que sofrem ou causam sofrimento aos outros. São os doentes que precisam ser tratados.

A prece não vai mudar os desígnios de Deus, nem diminuir as provas dos que incorreram em faltas, porém é força poderosa que parte do coração misericordioso que se instrui com Jesus. O Mestre é a misericórdia viva que veio de Deus para a humanidade.

A oração tem o poder de levar ao desesperado a paciência; ao violento, a calma, ao odiento, o amor, ao sofredor, o alívio. É nesse processo de socorro que se vê o tesouro da prece, quando feita por amor às criaturas. E, ainda mais, a súplica direcionada a outrem tem a propriedade de condicionar no Espírito visado os sentimentos que a acompanham, de modo que o aliviado medite sobre essas bênçãos e tenha o ensejo de modificar seu modo de vida, passando a trabalhar dentro de si e aprimorando seus pensamentos, palavras e obras, pelo simples toque de uma oração a serviço da caridade.

Oremos sempre, entretanto, esquecendo o fanatismo que sempre carrega consigo o apego às coisas materiais, acreditando mais nas formas do que na energia que circula em nome d'Aquele que é tudo para nós outros.

Se devemos orar pelos mortos? Claro que devemos; eles são os mesmos que antes carregavam um fardo físico, e a energia circulante e divina da oração, quando é doada por amor, tem o poder de buscar a criatura visada em qualquer lugar do universo em frações que segundo, envolvendo o Espírito doente e abatido no carinho e no amor que se desprendeu dos sentimentos de quem ofertou a oração nas linhas da caridade.

Para saber orar do modo que Jesus ensinou, necessário se faz que amemos a Deus sobre todas as coisas, e em todas as coisas. Nesse ritmo de súplica, o que ora já está vislumbrando o reino da felicidade e gozando do reino de Deus, como Espírito livre de todos os agravos com que a humanidade possa tentar atingir seu coração.

Para buscar no Evangelho mais segurança quanto à conduta da alma iluminada, verifiquemos o que o Mestre disse, anotado por Marcos, no capítulo doze, versículo trinta e quatro:

Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém mais ousava interrogá-lo.

O primeiro passo para o caminho da serenidade é não responder à ofensa, porque o agravo vem com o magnetismo inferior do ofensor e cria ambiente para discussões estéreis, de modo que pode surgir a discórdia e mesmo inimizade, a durarem por tempo indeterminado. A violência é fonte de sofrimento e de mal-estar, e em seu lugar deve nascer o perdão, porque ele asserena todas as fúrias. Se o ofensor continuar, os Espíritos superiores isolarão suas investidas no homem de bem, e ele ficará a sós com as suas maldades e suas paixões inferiores.

É útil, sim, orar pelos Espíritos sofredores em qualquer estágio em que se encontrarem, pois a prece do coração em Cristo é luz que estabiliza a harmonia, onde for direcionada.

 

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