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ADORAÇÃO EXTERIOR
Os povos primitivos não têm outros meios do que a adoração exterior, e ela
serve para eles, devido aos seus limitados conhecimentos sobre a verdade.
Não podemos exigir uma adoração em Espírito e verdade de quem não pode
dá-la; seria violência com o tipo de vida e a evolução que ele comporta.
Não deves criticar os adoradores de Deus que se servem dos meios materiais
para fazê-lo. Se já conheces o Pai e sentes a necessidade de adorá-Lo pela
gratidão, na pureza do amor, faze-o, pela tua altura espiritual já
conquistada. Quem mais aprendeu deve ter mais tolerância para com os
ignorantes. Um professor não deve exigir de um aluno nos primeiros cursos
o que os universitários já conhecem. A lei dos afins são as melhores em
todos os campos de vida. O aprendizado é gradativo.
A Doutrina dos Espíritos apareceu no mundo como sendo a terceira
revelação, e como tal mostrar-nos-á as leis mais claras, nos despertando
para uma vida mais pura. Assim acontecendo, oremos e ajudemos aos que se
encontram na retaguarda da filosofia divina, que nós também precisamos dos
que se encontram à nossa frente, encarnados e desencarnados. Entrelacemos
as mãos, porque somos todos elos da divina força de Deus em busca da luz.
A adoração verdadeira nasce do coração, envolvendo todos os sentimentos.
Devemos acionar os pensamentos em gratidão, todos os dias, Àquele que nos
criou, não para lembrá-Lo de que existimos, pois, Ele está presente em
tudo, mas, com esse gesto nos aproximarmos d'Ele, pela força do amor.
O perigo da adoração exterior é atrair gente que somente pelos lábios
mostra, por vaidade, que está adorando a Deus. Quem já o faz em Espírito e
verdade, tendo oportunidade de esclarecer aos que desconhecem essa
modalidade divina de adorar a Deus, deve fazê-lo sem afetação, sem
vaidade, sem orgulho e com humildade, pois sendo Ele Deus, vê todos os
nossos feitos e reconhece as nossas intenções. A pureza, em tudo que
fazemos, é luz em nossos caminhos, é paz nas nossas vidas, é amor que o
nosso coração irradia em todas as direções.
No momento da adoração sincera, quando chamamos Jesus de Mestre e Senhor,
Ele está sentindo e vendo isso, pelos Seus atributos divinos. Vejamos o
que Ele mesmo disse aos Seus adoradores:
Vós me chamastes o Mestre e o Senhor, e dizeis bem, porque Eu o Sou.
(João, 13:13)
A adoração sincera é divina, mas ela deve se estender aos pensamentos, às
idéias, às palavras e às ações. O verdadeiro adorador de Deus e Cristo, o
é pela vida que leva dentro da pureza, onde o amor universal seja o
instrumento dessa gratidão. Aqueles que louvam o Senhor somente para
mostrar seus gestos, estando longe seus sentimentos, desconhecem as
conseqüências do que fazem. Falta-lhes maturidade espiritual, e a
paciência de Deus continua esperando que o tempo e as Suas leis naturais
possam levar Seus filhos a compreenderem seus maiores deveres ante a
paternidade universal.
A adoração válida é aquela que corresponde à evolução da alma, desde
quando o amor seja o instrumento e a sinceridade a marca mais segura do
filho ao Pai. Dos espíritas esperamos que adorem ao Senhor em Espírito e
Verdade, de modo que a verdade os liberte.
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