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METEMPSICOSE
A nossa origem é uma só; viemos do mesmo princípio inteligente, que no
passar dos tempos foi se transformando pela força da lei do progresso.
Configurando o corpo físico, podemos analisar a ameba unicelular, que
através dos bilhões de anos entrou na corrente transformatória para se
expressar como homem, como corpo físico animal sublimado, em se referindo
aos reinos da natureza.
No caso do Espírito, em se partindo da mônada espiritual, vemos que ela
veio crescendo com os tempos, deixando para trás eras e mais eras,
chegando na plenitude do seu desenvolvimento, como Espírito humano na
Terra, onde deve reencarnar muitas vezes, nascendo e renascendo quantas
vezes forem necessárias para a sua iluminação interna. Entrementes, essa
luz de Deus, que teve seu começo como fluido divino que semeado no corpo
térmico dos mares por mãos angélicas, sob o comando de Nosso Senhor Jesus
Cristo, passou a crescer igualmente mudando de formas, mudando de
posições, mudando de ambientes.
Ela não regride, como querem alguns espiritualistas, acreditando na
metempsicose. Essa idéia pode ser, com o nosso respeito ao assunto, uma
psicose alimentada no passado, quando alguns dos profetas e videntes
observaram Espíritos com as formas de animais. O Espírito pode tomar a
forma que os seus sentimentos possam comandar, porém, isto não quer dizer
que os Espíritos inferiores tomem a forma de animal para nascerem em
corpos iguais a essas formas.
A Doutrina Espírita, sendo uma filosofia de mais profundidade do que as
outras, usando a mediunidade para revelar a verdade, vem nos informar da
vida das almas nos planos em que elas habitam, e os próprios instrumentos
encarregados das reencarnações dos animais, dizem que a alma que já viveu
em corpos de homens não volta em corpos de animais. Na velha Índia, os
hindus ainda adoram a vaca como sendo animal santo e superior aos homens,
talvez pensando nessa doutrina da metempsicose, mas a adoração tem outro
objetivo no profundo da mente: é para que eles tivessem respeito pela
criação de Deus, e começassem a desprender-se do comércio do animal,
mostrando ao homem ganancioso e glutão que podemos muito bem viver sem nos
alimentarmos dos animais.
Não é correto que um Espírito que já alcançou a razão possa voltar ao
corpo de uma vaca, voltando de novo a comer capim, e ficar prisioneiro em
um corpo que regredisse seus dons já aflorados em outro reino superior. O
Espírito avança, vai perdendo certas relações com o mundo em que viveu
antes, os laços vão se desfazendo, para que a alma principie a libertação,
mesmo dos traços físicos. Os Espíritos puros não suportam viver com
facilidade em corpos de homens inferiores e, para que isso aconteça,
haverá na gênese modificações de que o futuro nos dará conhecimento. A
verdade, como já sabes, deve ser revelada gradativamente, porque a
ignorância entre os homens, que não se generalize, é muito grande, e pode
criar discussões estéreis, sem nenhum proveito para a educação dos mesmos.
Apareceu-lhes Elias e Moisés e estavam falando com Jesus. (Marcos, 9:4)
A Doutrina dos Espíritos reconhece que foi uma comunicação comum em seu
seio, coisa natural como as que se processam entre seus profitentes.
Naquela época, não se poderia dizer como nos dias que correm não se pode
ainda, clarear toda a verdade.
Somente a verdade mais acentuada torna livre as criaturas.
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