0609/LE
O PASSADO NO PRESENTE
Os Espíritos em sua infância espiritual ainda estão bem próximos da
animalidade e podem conservar alguns traços dos animais em sua vida,
podendo-se notar os elos que ligam uma vida à outra, que tiveram.
Conforme a distância entre uma e a outra, mostra-se bem clara a ligação de
um reino ao outro. Na medida da evolução da alma, elas vão se desligando
dessa influência; os traços ainda visíveis desaparecerão e a personalidade
se firmará na cadeia evolutiva, de modo que a beleza moral isole o animal
do homem.
O passado distante somente se expressa no estado presente, quando este
estado permanece estacionário. O esforço próprio neste campo é de grande
valia. Nós mesmos, no mundo espiritual, devemos batalhar em todos os
momentos para sairmos da animalidade e quebrar os elos que ainda nos
prendem às trevas onde as paixões dominam, a maledicência impera e o
egoísmo inspira a usura.
Todos nós devemos ser por Jesus. Ele é o nosso dirigente; Ele é, novamente
o dizemos, o Governador do nosso planeta:
Quem não é por mim, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.
(Lucas, 11:23)
Nós somos o rebanho de Jesus e devemos estar sempre com Ele, ajuntando as
virtudes e vivendo-as todos os momentos. Não devemos perder tempo em
combater o mal, mas viver o bem, esquecer que existe a desarmonia,
estudar, meditar e passar a viver dentro da verdade e do amor. Essas
virtudes são a harmonia da criação.
Se a natureza não dá saltos, nem opera com violência, certamente que os
laços, do animal ao homem, não são quebrados de uma vez. Eles se desfazem
lentamente, no esforço de distanciar o homem do animal. A parte que foi
tocada para o ser pensante, ele deve fazê-la devagar, mas com constância,
operar sempre, avançando para a libertação espiritual.
O passado que deve ficar vivo no presente é o que fizemos de bom, é o
esforço para melhorar, é o amor e a caridade operada por nós ontem. O hoje
deve refletir o entusiasmo, melhorando cada vez mais esses gestos de luz.
Os homens, nas suas primeiras experiências como seres humanos, se
confundem nos elos que separam um reino do outro. O animal se parece com o
homem, e este tem muito dos animais na forma, nos gestos e na forma de
vida. Os próprios instintos são aflorados, como sendo animais verdadeiros.
Todavia, o tempo se encarrega da transformação, esperando que o esforço
próprio complete essas mudanças idealizadas pelos anjos.
Os primeiros progressos dos homens são muito lentos. Com o passar do tempo
e o amadurecimento das almas, o progresso vai ficando cada vez mais
rápido, acelerando a reforma no bem-estar da humanidade física e mesmo
moral, com a maturidade dos seres. Essa é a lei de justiça e amor de Deus.
Se procurarmos o amor e a justiça de Deus, o resto virá por acréscimo de
misericórdia divina.
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