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ALÉM DO INSTINTO
Em certas ocasiões, o animal mostra que existe alguma coisa em si além do
instinto. Parece-nos, e a observação o comprova, que em alguns dos animais
o instinto está cedendo lugar para rudimentos da razão, que deve crescer
em proporção à sua espécie. No entanto, em tudo isso há um limite traçado
pela natureza.
Todos sabemos que o animal, por lei do progresso, deve atingir outro
reino; os milhões de anos nos comprova que, se o homem já tem o seu reino,
é por ter conquistado a razão e hoje se move pelo raciocínio, na expansão
da inteligência. O animal demonstra fios de vontade em certos aspectos,
por estar junto ao homem. É, por assim dizer, uma transferência, ainda que
mínima, de talentos que somente no ser humano estão mais desenvolvidos.
O mineral que dorme, tem seu progresso mas, anda de passos lentos, que
parecem se perder na esteira dos milênios. Se o diamante foi outrora
carvão, ele passou por um processo que se chama progresso. Assim é com
todas as coisas criadas. Os valores do anjo estão guardados no seio dos
minerais, que pela força de Deus busca as planuras da vida.
Se o Espírito desce à carne também para intelectualizar a matéria, a sua
inteligência não deixa de atingir quem está escondido dentro desta
matéria. Os animais domésticos recebem dos homens, por transferência,
valores que desconheces, mas que, no futuro, a própria ciência comprovará.
Tudo que foi criado por Deus tem sua história, que deve ser engrandecida
pela natureza, como sendo a expressão do Criador, que de nada esquece.
Além do sono dos minerais, existe algo que escapa à própria razão, e que
além das sensações dos vegetais também há segredos que escapam ao
entendimento. Assim, também, poderemos nos referir aos animais e aos
próprios homens. Negar essas verdades, é negar o Divino Poder que nos fez
e dirige a todos.
Por onde passava, Jesus amava os animais, abençoava a natureza, fazia até
multiplicar os pães e curava os enfermos. O Seu amor cobria as multidões
dos pecados, e esse amor atinge a todas as gerações para sempre, por ser
Ele o Governador do planeta desde o princípio do seu existir.
"A natureza não dá saltos", esse provérbio é antigo, e se não dá saltos, é
justo e racional crer que ela age devagar; e se age devagar, tem de ser na
sutileza da vida imperceptível, para depois se mostrar como tal. É no
animal que principia a vontade, e é por essa vontade que tem início a
inteligência. São forças sutis que não se percebem pela razão; somente a
intuição pode mostrar essas realidades.
Todo o desenvolvimento intelectual, se assim podemos dizer, dos animais,
não pode ultrapassar certos limites, para não criar distúrbios na própria
sociedade. Assim como os armamentos das Forças Armadas não podem ser
entregues aos marginais, os animais, com o uso da sua própria força
física, já têm o seu limite. A limitação do homem é a razão, e em alguns
deles já começa a surgir a intuição. Para eles, a educação aflora para
corrigir e dirigir essa força poderosa que vem de Deus e da evolução dos
sentimentos humanos.
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