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A ARTE
Os Espíritos elevados atentam para o trabalho honesto. A arte é um dom que
a alma desenvolve, já existente no seu celeiro de vida. O pintor, o
escritor, o escultor, enfim, em todos os trabalhos empreendidos pelos
homens, que têm o traço do progresso, os Espíritos puros os assistem,
dando melhor brilho a este exercício, para mostrar cada vez mais a beleza
daquilo que pode fazer o homem.
O artista em geral pode ser um médium, no entanto, é de sua alçada
escolher qual o tipo de assistência que lhe convém atrair. Jesus, o Mestre
dos mestres, na Sua arte divina, veio nos mostrar como poderemos atrair os
Espíritos angélicos para nos coadjuvar os trabalhos por nós empreendidos,
modificando nossos sentimentos, limpando nossa mente das mazelas
inferiores. A força divina cresce em nós, e plasmamos nela o que desejamos
ser, ao passo que, se nos educarmos nos conceitos evangélicos, teremos
companhias espirituais elevadas, de forma que a nossa vida será
compartilhada com a vida do Cristo em nós, que é nosso motivo de glória.
Tudo no mundo cresce, e a esse crescimento chamamos de progresso. De
acordo com o despertamento das nossas qualidades, tudo em torno de nos
muda, acompanhando-nos e nos dando condições para novas elevações
espirituais. Nada fica parado no tempo; nem no espaço. Se tudo se move
para evoluir, estacionar é querer mudar as leis de Deus, que se move
sempre.
Somente Deus, pelo que sabemos, não evolui, por ser a Perfeição Absoluta,
não precisando da força do progresso. Ele é o Criador de tudo, porém,
depois d'Ele todos os Seus filhos que O cercam, em todos os departamentos
do universo, anseiam por subir mais, dilatar seus conhecimentos de
dimensão para dimensão.
Nós precisamos entender as leis estabelecidas por Deus, que nos protegem.
Quando o homem começa a entendê-las, ele passa a se desprender das coisas
materiais, por saber que tudo pertence a Deus e que o seu uso bem formado
na sinceridade é o justo, e não impede seu crescimento espiritual.
O primeiro impulso da criatura que reconhece que a vida continua além do
túmulo, é o gesto de renúncia, marcando assim sua firmeza na fé,
consciente de que, sendo ele filho, nada lhe faltará nos caminhos a
percorrer. O termo renúncia deve ser bem entendido na sua profundidade.
Devemos notar o que ocorreu com Barnabé, ao ser chamado para a vida
cristã:
Como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e depositou aos pés
dos apóstolos. (Atos, 4:37)
Para acompanhar o Cristo como um dos Seus seguidores, não se pode estar
preso aos bens materiais, devendo-se ser livre; entretanto, a renúncia não
está somente nos bens materiais: ela avança a área moral, como todas as
outras situações que existem, em se compondo a vida reta das criaturas
humanas. José Barnabé, levita, era natural de Chipre, onde ele deveria dar
exemplos da mais alta honestidade com o Cristo, e o desprendimento daquilo
que mais os cipriotas valorizavam: os bens materiais.
Qual a renúncia que já fizeste em favor da tua solidificação na Doutrina
do Cristo de Deus? E, como espírita que deves ser, já motivaste renúncias
no silêncio da tua vida, mostrando sem palavras que confias na Força
Soberana e na Sua justiça? Os Espíritos superiores se interessam por todos
os movimentos onde brilham a honestidade, o amor e a perfeição. Se te
esforças no auto-aperfeiçoamento, mãos invisíveis estão ao teu lado,
ajudando-te carregar a tua cruz e te instruindo acerca da vida que
continua.
A renúncia cristã é uma arte que atrai para o coração a luz do amor.
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