FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XII

 

Questão 565 comentada

CAPÍTULO 04

0565/LE

A ARTE

 

Os Espíritos elevados atentam para o trabalho honesto. A arte é um dom que a alma desenvolve, já existente no seu celeiro de vida. O pintor, o escritor, o escultor, enfim, em todos os trabalhos empreendidos pelos homens, que têm o traço do progresso, os Espíritos puros os assistem, dando melhor brilho a este exercício, para mostrar cada vez mais a beleza daquilo que pode fazer o homem.

O artista em geral pode ser um médium, no entanto, é de sua alçada escolher qual o tipo de assistência que lhe convém atrair. Jesus, o Mestre dos mestres, na Sua arte divina, veio nos mostrar como poderemos atrair os Espíritos angélicos para nos coadjuvar os trabalhos por nós empreendidos, modificando nossos sentimentos, limpando nossa mente das mazelas inferiores. A força divina cresce em nós, e plasmamos nela o que desejamos ser, ao passo que, se nos educarmos nos conceitos evangélicos, teremos companhias espirituais elevadas, de forma que a nossa vida será compartilhada com a vida do Cristo em nós, que é nosso motivo de glória.

Tudo no mundo cresce, e a esse crescimento chamamos de progresso. De acordo com o despertamento das nossas qualidades, tudo em torno de nos muda, acompanhando-nos e nos dando condições para novas elevações espirituais. Nada fica parado no tempo; nem no espaço. Se tudo se move para evoluir, estacionar é querer mudar as leis de Deus, que se move sempre.

Somente Deus, pelo que sabemos, não evolui, por ser a Perfeição Absoluta, não precisando da força do progresso. Ele é o Criador de tudo, porém, depois d'Ele todos os Seus filhos que O cercam, em todos os departamentos do universo, anseiam por subir mais, dilatar seus conhecimentos de dimensão para dimensão.

Nós precisamos entender as leis estabelecidas por Deus, que nos protegem. Quando o homem começa a entendê-las, ele passa a se desprender das coisas materiais, por saber que tudo pertence a Deus e que o seu uso bem formado na sinceridade é o justo, e não impede seu crescimento espiritual.

O primeiro impulso da criatura que reconhece que a vida continua além do túmulo, é o gesto de renúncia, marcando assim sua firmeza na fé, consciente de que, sendo ele filho, nada lhe faltará nos caminhos a percorrer. O termo renúncia deve ser bem entendido na sua profundidade. Devemos notar o que ocorreu com Barnabé, ao ser chamado para a vida cristã:

Como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e depositou aos pés dos apóstolos. (Atos, 4:37)

Para acompanhar o Cristo como um dos Seus seguidores, não se pode estar preso aos bens materiais, devendo-se ser livre; entretanto, a renúncia não está somente nos bens materiais: ela avança a área moral, como todas as outras situações que existem, em se compondo a vida reta das criaturas humanas. José Barnabé, levita, era natural de Chipre, onde ele deveria dar exemplos da mais alta honestidade com o Cristo, e o desprendimento daquilo que mais os cipriotas valorizavam: os bens materiais.

Qual a renúncia que já fizeste em favor da tua solidificação na Doutrina do Cristo de Deus? E, como espírita que deves ser, já motivaste renúncias no silêncio da tua vida, mostrando sem palavras que confias na Força Soberana e na Sua justiça? Os Espíritos superiores se interessam por todos os movimentos onde brilham a honestidade, o amor e a perfeição. Se te esforças no auto-aperfeiçoamento, mãos invisíveis estão ao teu lado, ajudando-te carregar a tua cruz e te instruindo acerca da vida que continua.

A renúncia cristã é uma arte que atrai para o coração a luz do amor.

 

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