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OCUPAÇÕES INCESSANTES
Os Espíritos puros têm ocupações permanentes no imenso campo de atividades
de Deus. É bom que a nossa compreensão atinja as verdades espirituais:
podemos considerar a Terra como uma vinha grandiosa, uma oficina de
trabalho, em que cada um tem sua ocupação, de acordo com as possibilidades
que alcançou. Somente o trabalho nos eleva, quando a nobreza de caráter
nos inspira.
Podemos verificar a que ordem pertence um Espírito, pelo trabalho que ele
realiza, pelos seus pensamentos e ideias. Quando uma alma nos deseja
influenciar para o mal, ela ainda está presa no que pensa e faz. Notemos
os grandes vultos da sociedade: eles são exemplo máximo das realizações, e
as fazem com alegria. Mesmo que as enfermidades queiram dar um sinal
vermelho aos seus nobres ideais, eles não param. Seus pensamentos são cada
vez mais purificados pela grandeza de seus corações, para estender a
fraternidade cada vez mais, como laços eternos nos corações.
Mesmo os Espíritos inferiores não ficam inertes; eles fazem alguma coisa
que a bondade divina determina. Como em uma grande obra no mundo, é
necessário o trabalhador, desde o mais humilde servente, até o mais hábil
engenheiro, Deus se serve de todos, para que dê formação grandiosa a tudo.
Somos filhos nascidos do mesmo Pai amoroso e santo, que não Se esquece, do
vírus ao homem, do anjo à corte de ministros que o cerca, irradiando o
puro amor.
O Senhor distribui a todos os Seus filhos a mesma cota de vida. A
diferença que existe é que nem todos respiram o mesmo alimento, mas, sim,
cada um de acordo com a evolução que alcançou.
Notemos o que se encontra em Atos dos apóstolos, dito por Pedro:
Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas. (Atos,
10:34)
Ele ama a todos na mesma dimensão de vida, por serem todos Seus filhos.
Pelo que se vê na Terra, pode-se notar que a chuva é para todos, caindo em
todos os lugares com a mesma substância divina de vida. Os ventos sopram
com os mesmos elementos, e o sol não deixa de fazer a mesma coisa. Por aí,
raciocinamos sobre as outras coisas em todos os rumos de atividade. As
ocupações dos Espíritos são inúmeras, de acordo com o grau a que
pertencem. Quanto mais cresce a alma, mais seu labor purifica. As
ferramentas dos Espíritos superiores são seus pensamentos educados e
instruídos para a manifestação do Criador. A vontade do Pai é soberana em
toda a Sua casa universal. Não há sofrimento nas ocupações dos Espíritos
puros. Acontece o contrário: eles sentem gozos nas suas ocupações, prazer
indizível que ultrapassa todos os modos de assimilação do raciocínio
humano. Somente a intuição apurada no reino do amor pode sentir os gozos
celestiais, donde se compreende o valor do trabalho com Jesus.
Aos espíritas cabe entender a mensagem do Evangelho com mais propriedade,
pelos canais da mediunidade que cultivam, nas bases do amor e da própria
ciência. A Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, é a volta
de Jesus, a anunciar coisas novas que Ele, na época, não poderia dizer. Os
espíritas são, por assim dizer, os novos discípulos que devem ouvir a voz
do Mais Alto, purificando seus sentimentos, deixando o fardo das
preocupações terrenas e o jugo das próprias inferioridades buscando, na
verdade, a sua libertação espiritual.
Quando o Espírito alcança determinada posição na escala evolutiva, ele
aproveita o tempo de maneira que esse tempo aproveitado com Jesus
descarrega suas faltas, não mais pelo sofrimento, mas, amando a tudo e a
todos sem distinção, reconhecendo que Deus é amor.
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